sábado, 7 de janeiro de 2023

Que benefícios na aprendizagem dos alunos teve a gestão democrática em Baraúna?

Uma gestão democrática que não se relaciona e nem ajuda na gestão do ensino e aprendizagem não faz nenhum sentido.

Compreendemos a gestão democrática escolar como uma possibilidade de envolver a comunidade no processo de reflexão, desenvolvimento e avaliação de políticas públicas no interior da escola, não enquanto apropriação privada do espaço público, mas como acompanhamento e controle do serviço pela comunidade. Entretanto, na prática a ideia de gestão democrática está sendo distorcida a partir do momento que alunos, pais, servidores, professores e diretores das escolas acham que gestão democrática se resume a escolher seus gestores.

Os elementos básicos da Gestão Democrática podem se apresentar de várias maneiras, na esfera escolar, as principais são: na constituição e atuação do Conselho Escolar; na elaboração do Projeto Político Pedagógico, de modo coletivo e participativo; na definição e fiscalização da verba da escola pela comunidade escolar; na divulgação e transparência na prestação de contas; na avaliação institucional da escola, professores, dirigentes, estudantes, equipe técnica; na eleição direta para diretor(a).

A eleição para dirigentes escolares é apenas uma das ações do processo de democratização da escola, tão importante quanto o repensar das relações em seu interior, o incentivo à participação, à circulação de informações e à viabilização de recursos para a formação e manutenção dos conselhos escolares, dos grêmios estudantis e das associações de pais e mestres. Essas são ações que demandam esforço, sobretudo, da equipe técnico-pedagógica da escola e dos seus professores, para o cumprimento dessa proposta política que ultrapassa os muros da escola e vai além do instituído em Lei.

A gestão democrática da escola não é apenas, nem sobretudo, um problema organizacional e de gestão, mas antes uma questão central ao processo de democratização da educação, de expansão e realização do direito à educação de qualidade, de possibilidade de educar para e pela democracia e a participação.

Com efeito, a gestão democrática implica no compartilhamento do poder decisório e na aceitação de especiais responsabilidades na organização e no governo das escolas, tendo em vista concretizar o direito à educação, não só na lógica da determinação pública, mas também na lógica da promoção dos direitos humanos e da participação dos envolvido na organização e gestão da educação.

Para nós o(a) professor(a), assim como o(a) gestor(a) da escola, são figuras-chave do projeto de escola democrática e de democratização da educação, uma vez que no seio da instituição escolar, são os principais fomentadores das políticas educacionais, entendendo que estas não se dão só na esfera macro, mas acontecem no cotidiano da sala de aula e da escola, através de concepções, práticas, propostas e exemplos concretos.

Ao mesmo tempo que as escolas Maria Barros e Amauri Ribeiro obtiveram uma melhora nos índices educacionais, o Manoel de Barros piorou seus índices educacionais com a implantação da gestão democrática. Nossa afirmativa é baseada em dados do Censo Escolas de 2019 o qual atesta que a Escola Municipal de 1º Grau Manoel de Barros, em comparação com Brasil, Rio Grande do Norte e escolas públicas e privadas do município tem o maior índice de reprovação, distorção idade-série e abandono escolar, situação essa piorada pela pandemia da Covid-19. Veja comparação com as escolas beneficiadas pela gestão democrática:


Sobral-CE a gestão democrática nas escolas públicas foi e é uma questão sineguanon para atingir a melhor educação do país. Diferente de Baraúna-RN, em Sobral os professores/servidores pretendentes a ser diretor(a) são submetidos a um exigente concurso e depois de aprovados participam de um extensivo curso preparatório que ao final se não obterem uma aprovação satisfatória são desclassificados. Em Baraúna resume-se ao processo eleitoral e apresentação de um Plano de Gestão para o biênio.

A gestão democrática foi uma luta dos professores e o Sindserb que em 2014 conseguiram inserir na Lei Nº 525/2014 o Art. 54 - A gestão democrática do sistema de ensino, da rede de ensino municipal será designado por eleições diretas para os cargos de diretor geral e diretor adjunto.

Os artigos 2º e 3º da Lei Nº 553 de 2016 define os objetivos da gestão democrática, porém poucos estão sendo cumpridos pelas escolas.

"As demais Unidades Escolares só serão submetidas a este processo de escolha em 2018, após minuciosa avaliação de uma Comissão composta por membros da Secretaria Municipal de Educação, do Conselho Municipal de Educação, do Conselho do FUNDEB, da Comissão do Plano Municipal de Educação – PME e do Sindicato dos Servidores Públicos – SINDSERB, para avaliar o grau de satisfação da comunidade escolar do processo de eleições diretas para diretores das unidades escolares."

Com o objetivo, não de punir, mas de melhorar nossa educação através de uma gestão profissional e comprometida e que sirva de modelo para as outras escolas que ainda não foram contempladas pela Lei, propomos com atraso  de 5 anos que a secretaria de educação realize a avaliação das três escolas.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2023

Retorno que traz esperança de melhorias da educação de Baraúna.

Quando falamos de semianalfabetos vem a nossa cabeça que essas pessoas estão fora da escola, porém em Baraúna chegamos ao ponto de ter centenas de estudantes semianalfabetos dentro das próprias escolas.

À luz do contexto da baixa qualidade da educação do município, agravada pela pandemia da Covid-19, cujos efeitos na educação deverão ser enfrentados com a urgência, inteligência e esforço condizentes com a gravidade do problema por parte da secretaria, o desafio do novo secretário de educação será muito mais complexo e vai exigir muito trabalho dele e da equipe técnica preparada e comprometida com o desafio.

Na nossa modesta opinião o esforço deve iniciar com um diagnóstico detalhado da rede de ensino e foco nos objetivos da qualidade educacional materializados pela construção e execução de um projeto sistêmico com o propósito de garantir: a) alunos presentes, motivados e em condições de aprender; b) professores presentes, motivados e em condições de ensinar; c) escolas como ambiente propício para a aprendizagem; e d) secretaria como órgão de apoio contínuo às escolas.

Marcos Antônio de Sousa terá a responsabilidade e possibilidade de contribuir para melhorar a educação do município e mudar a vida das crianças e dos jovens de todo o município, principalmente dos mais carentes.

Parabenizo a prefeita Divanize pelo retorno de Marcos à Secretaria de Educação, na minha opinião a pasta mais importante do seu governo. Confio e acredito que a capacidade e compromisso dele serão os propulsores da mudança urgente para uma educação de qualidade para todos os alunos.

segunda-feira, 14 de novembro de 2022

Educação no Século 21: Tendências, ferramentas e projetos para inspirar

Educação no Século 21: tendências, ferramentas e projetos para inspirar é um livro produzido por profissionais entusiastas do campo educacional e que pensam em soluções para enriquecer este universo.

Esse grupo de profissionais possui experiência de mais de vinte anos no fornecimento de soluções digitais para instituições de ensino em todo o mundo, com o fomento de iniciativas implementadas em mais de 45 países na busca de inspirar alunos(as), professores e pais no objetivode promover a Educação num processo eficiente, amigável e alegre.

Acesse o livro completo AQUI.

Por onde começar a transformar nossas escolas?

A discussão hoje não é por que mudar, mas como fazê-lo. Os exemplos de Escolas, Faculdades e Universidades inovadoras são importantes porque sinalizam uma tendência irreversível, a de que todas passarão por esse processo de transformação, de forma mais rápida ou lenta, mas ineludível.

Continue lendo o texto do educador José Moran AQUI

domingo, 23 de outubro de 2022

8 tendências para o futuro da educação e como se preparar

Confira como será o futuro da educação, qual o perfil dos novos alunos , 8 tendências e como preparar sua instituição de ensino. Confira!


Pensar e construir o futuro da educação não é só um capricho ou diferencial de mercado para as instituições de ensino superior, é uma necessidade!

O mercado de trabalho, que está se desenvolvendo cada vez mais rápido, pede por mais gente com habilidades técnicas e comportamentais bem desenvolvidas, prontas para assumir as novas vagas que surgem a cada dia.

Segundo a Brasscom, teremos uma lacuna de quase 800 mil cargos na área de tecnologia que não devem ser ocupados por falta de profissionais capacitados para assumir esses postos de trabalho.

E como podemos então inovar na área da educação e preparar os alunos para um mercado exigente e em franca expansão? Vem com a gente que preparamos um material completo sobre as tendências na área e como se preparar. Confira:

Como será o futuro da educação?

Vemos iniciativas inovadoras em diferentes setores do mercado como nas fintechs, nos aplicativos de mobilidade e nos e-commerces, todas apoiadas pelo desenvolvimento da tecnologia.

Se todas essas áreas estão se desenvolvendo e educação não, como podemos preparar as pessoas para trabalhar nessas empresas?

As salas de aula seguem o mesmo padrão há 200 anos e, mesmo com o uso de novas tecnologias, o ensino continua basicamente o mesmo.

O conteúdo pode ser passado por meio do Zoom, mas a premissa continua sendo a mesma: o professor tem todo o conhecimento sobre as matérias e sobre como ensinar, o aluno só está ali para receber a mesma informação que é passada para o restante da turma, sem levar em consideração seu desenvolvimento pessoal e as experiências que carrega consigo para dentro da sala de aula.

É uma ruptura muito grande sair de uma escola e entrar em uma empresa tipo startup por exemplo. Na primeira há pouco incentivo à tomada de risco, à criatividade e à autonomia, enquanto na segunda essas habilidades são geralmente o que faz um profissional se destacar e conseguir alavancar sua carreira.

Numa startup existe bastante espaço para experimentação, mudanças rápidas, tentativa e erro e trabalho em equipe. Enquanto na maioria das escolas é valorizado o acerto, as notas e a individualidade.

As escolas não têm preparado os estudantes para esse mercado e é comum dizer que toda revolução industrial demanda uma revolução educacional. O problema é que essa revolução ainda não chegou!

Qual o perfil dos futuros alunos?

Por isso o futuro da educação num mundo altamente tecnológico depende de algumas mudanças nas metodologias de ensino e na formação dos alunos. Algumas características do trabalho nas empresas de tecnologia podem nos dar pistas sobre possíveis caminhos para o futuro da educação:
  • aprender usando projetos, a teoria e a prática tendem a ficar bem afastadas e a demanda do mercado tem sido pela aproximação desses dois polos, prática bem embasada na teoria e capaz de gerar valor;
  • trabalhar em equipe, empresas são feitas de times, de trabalho compartilhado e interdependente, saber colaborar é uma habilidade que vai facilitar o trabalho em qualquer cargo;
  • utilizar recursos nativos digitais, a pandemia acelerou o uso de tecnologias que permitem o trabalho remoto então o uso de ferramentas que nasceram no digital são imprescindíveis para entregar um bom trabalho;
  • estimular a tentativa e o erro, o modelo de startup é baseado em tentativa e erro, constante iteração e tomada de risco, é importante que quem está entrando agora no mercado de trabalho tenha resiliência para não se frustrar logo nas primeiras tentativas de tocar um projeto;
  • autonomia do aluno, com direcionamento e autonomia os alunos têm a capacidade de surgir com novas ideias e soluções criativas que muitas vezes não foram previstas pelos professores.

8 tendências para o futuro da educação

Existem diferentes metodologias pedagógicas possíveis para fomentar as habilidades que o mercado de trabalho precisa ver nos futuros profissionais. Destacamos aqui algumas delas que podem ser combinadas com métodos mais ou menos tradicionais, recombinadas entre si e adaptadas para cada contexto educacional.

Apontamos algumas apostas mas é difícil prever o que o futuro da educação nos reserva, só podemos tentar adiantar tendências e mostrar como elas se alinham às necessidades de mercado atuais e que ainda não foram atendidas.

A maioria das nossas apostas colocam o aluno no centro do processo de aprendizagem e permitem que ele se desenvolva levando em conta a bagagem que traz para a sala de aula e o perfil de profissional que ele quer se tornar como egresso do ensino superior.

1. Creative learning

É uma linha pedagógica que relembra a maneira como aprendemos na infância: observamos uma coisa nova, experimentamos, vemos o resultado dessa experimentação, temos um momento de intervenção e, por fim, a reflexão sobre aquela experiência.

Um exemplo simples que explica bem esse ciclo de aprendizagem é uma criança que coloca o dedo na tomada e leva um choque. A pessoa responsável intervém, fala “olha isso dá choque, precisa tomar cuidado, você pode te machucar com a eletricidade” e essa experiência gera um aprendizado: colocar o dedo direto na tomada não é uma boa ideia.

Para crianças um pouco maiores é possível propor algumas atividades com os colegas como construir casas com pauzinhos.

Quando começam a construir, um contribui com o outro, eles começam a vir com novas referências e a professora pode intervir chamando a atenção para como se constrói casas e prédios na vida real e incentivar a criança a tentar de novo, pensar em outros formatos e construir em equipe.

Quando falamos do creative learning no ensino superior, visitamos esse lugar do jardim de infância e suas várias etapas de aprendizagem: observar, experimentar, ter o resultado, observar o resultado, receber um feedback, experimentar de novo, receber novo feedback. Esse ciclo segue se alimentando de forma contínua.

Nas salas de aula do ensino superior podemos recriar esse modelo para trazer a vivência de cada aluno para a teoria e despertar o interesse para o conteúdo a ser apresentado.

Sem usar o dedo na tomada e as casinhas de madeira, podemos oferecer experiências com tecnologia e perguntar “como isso pode ser feito?”. Apresentar ferramentas e permitir que os alunos explorem primeiro por conta própria, antes de cair na teoria.

É importante fechar esse ciclo separando um tempo para que possam desenvolver seus próprios projetos a partir daquele conhecimento adquirido em aula, assim garantimos que o conteúdo visto seja não só uma teoria, mas uma habilidade que o aluno domina na prática.

2. Competências para um novo mercado de trabalho

Dentro do creative learning é importante estimular o ensino por competências comportamentais relevantes para o mercado de trabalho dinâmico em startups e empresas de tecnologia.

Por exemplo, se um aluno aprender programação, não basta ele desenvolver um código. É importante que ele consiga também descrever o passo a passo do que está fazendo e pensando enquanto executa.

O esperado é que ele não só consiga fazer o próprio programa mas também dar um feedback sobre os programas desenvolvidos pelos colegas.

Destacamos aqui 4 macro competências que podem ser estimuladas nos alunos e contribuem para a formação de profissionais mais adaptados ao mercado de trabalho: capacidade de entrega, autonomia, colaboração em comunidade e consciência social.

3. Capacidade de entrega

É o quanto cada aluno consegue entregar do que é proposto. A capacidade de criar estratégias para solucionar um desafio, pensar em soluções criativas, desenvolver um projeto por tentativa e erro, sem desistir e no fim poder gerar um resultado com o que aprendeu.

Essa habilidade é útil no trabalho em startups onde poucos processos estão validados e grande parte do dia a dia dos times de tecnologia é entender os problemas e pensar em maneiras criativas de resolver.

A resiliência e a criatividade são primordiais para se manter firme num projeto e conseguir realizar entregas de valor com consistência.

4. Autonomia

Autonomia tem a ver com o quanto uma pessoa consegue estruturar um passo a passo de trabalho e conduzir o aprendizado dela buscando informações fora do que já foi dado.

Definir que tipo de ajuda ela precisa e como vai conseguir. É a capacidade de autogestão e de dirigir a própria carreira.

Essa habilidade é muito requisitada pelas empresas hoje, principalmente para profissionais que querem ocupar uma posição mais sênior, que é onde se concentra a maior lacuna de profissionais capacitados.

5. Colaboração em comunidade

O digital permite muito mais colaboração entre as pessoas, desde coisas simples como fóruns na internet até novos modelos de trabalho remoto.

O profissional vai precisar colaborar com uma equipe, independente do formato de trabalho, para ajudar a resolver problemas da área dele e da empresa como um todo.

Por isso, saber trabalhar e colaborar com a comunidade ao redor é uma grande habilidade que a educação do futuro precisa desenvolver em seus alunos. Andar sozinho num mundo em constante mudança pode ser muito mais difícil hoje do que já foi há alguns anos.

Então, saber usar o poder das comunidades e fomentar o espírito de cooperação é um passo importante para solucionar problemas e continuar aprendendo durante a vida toda.

6. Tomada de decisão e risco

Quando falamos de aprendizagem criativa estamos falando do estímulo de procurar informações em outros lugares, despertar uma mente curiosa e incentivar a tomada de risco.

É claro que aqui os riscos são controlados, e o incentivo é que o aluno faça coisas para explorar os limites da sua zona de conforto, por exemplo aplicar para vagas que ainda não está totalmente preparado, ou tomar a frente de um projeto sem ter todas as habilidades necessárias.

Ao estimular os alunos a serem criativos e tomarem decisões com algum grau de risco, estamos criando pessoas capazes de encarar os desafios que o futuro pode trazer para a sociedade.

7. Educação maker

Outra tendência para o futuro é a cultura maker na educação. É a ideia do faça-você-mesmo, da criação e da prototipação.

Ela está muito alinhada com o creative learning porque quando despertamos uma mente curiosa e incentivamos a tomada de risco colocamos o aluno no lugar de ser um criador o tempo inteiro.

Tanto a educação maker quanto a aprendizagem criativa têm relação com a teoria da aprendizagem baseada em projeto. Nessa linha da pedagogia, o aluno desenvolve habilidades como gerenciamento de tempo, de time e de entrega.

Ele percebe que precisa expandir seus conhecimentos e aprender sobre assuntos fora da sua área para conseguir desenvolver um trabalho. E é exatamente esse comportamento que é esperado deles no dia-a-dia de trabalho em empresas inovadoras.

Um aluno que já tem algum conhecimento sobre a área que precisa aprender vai conseguir procurar por um curso ou uma tutoria para se aprofundar. Em seguida ele executa e testa novamente, entrando no ciclo da aprendizagem criativa que falamos antes.

O que é mais positivo nessa teoria é que ela consegue fazer o aluno entregar projetos que ainda não estão perfeitos enquanto ele continua estudando e aperfeiçoando seus conhecimentos. Ele é capaz de entregar MVPs e fazer iterações ao longo do caminho, colocando o conhecimento em prática.

8. Construtivismo

Olhando para as formações mais tradicionais, percebemos uma centralização do conhecimento no professor, ele detém todo o conteúdo que precisa ser passado além de saber também qual a melhor maneira de ensinar.

Com o construtivismo, a experiência do aluno é o centro. E o trabalho do educador está mais focado em entender quem é o aluno e como desenvolvê-lo.

Além disso, é importante que ele consiga garantir a qualidade dos feedbacks, esse momento é muito importante para os alunos conseguirem medir seu progresso, entender o que fizeram, onde acertaram, onde precisam melhorar e quais os caminhos possíveis para continuar se desenvolvendo.

Ao apresentar essa metodologia é comum ouvir as pessoas se espantarem com a liberdade que os alunos têm para conduzir seu aprendizado. E é verdade, eles têm bastante autonomia, mas o papel do professor é importante aqui não para passar o conhecimento mas para dar feedbacks.

O feedback é a parte mais importante desse processo. É o momento que o aluno consegue refletir sobre o que descobriu e o que fez até aqui, onde acertou, onde pode melhorar e quais os possíveis caminhos para continuar se desenvolvendo.

Essa devolutiva do professor é precisa, construtiva e aponta soluções para que continuem estudando e se desenvolvendo.

E você, concorda com as nossas apostas para o futuro da educação? Para continuar aprendendo sobre o tema, confira 12 dicas sobre como fazer aulas interativas no ensino superior!

Esse texto foi produzido do blog Saraiva e Educação.

terça-feira, 15 de março de 2022

Tudo como antes...


De uma hora para outra, as escolas tiveram que fechar as portas devido à chegada da covid-19 no Brasil. Esse cenário impactou a comunidade escolar, obrigando educadores e alunos a se adaptarem a uma nova realidade, o que inclui lecionar e assistir a aulas online.

Nesse período tivemos que nos reinventar e adotar algumas tendências na educação de Baraúna como ensino híbrido, uso de recursos tecnológicos, aumento da solidariedade, estímulo à colaboração entre os profissionais da educação, ensino semipresencial e principalmente uma educação para além dos muros da escola.

Antes da pandemia, mais precisamente em 2015, venho colocando em prática algumas das referidas tendências na Escola Manoel de Barros sem a colaboração de quem tinha e tem o dever de pelo menos não atrapalhar já que é tão difícil colaborar.

Nesse período tentei sem sucesso inovar na educação, principalmente na metodologia e uso de tecnologias no ensino, mas não consegui. Fui ingênuo ao acreditar que a necessidade da mudança imposta pela pandemia todos seriam convencidos, e melhor, mudariam a nossa forma de ensinar aos nossos alunos, até porque essas tendências não tem nada de novo, é um velho requentado de novo.

Como coordenador geral da educação de Baraúna, de janeiro a maio de 2021, implantamos a Coordenação de Tecnologias Educacionais com o objetivo de oferecer suporte e capacitação a todos os profissionais da educação que hoje poderia ser oferecido nos dias extra classe, mas parece que perdeu um pouco seu propósito inicial.

Só depois do retorno às aulas presenciais pude perceber que voltamos de onde estávamos antes da pandemia: copia, explica, faz exercício, avalia. Ou seja, nem as lições de uma pandemia foi suficiente para convencer e mobilizar as lideranças educacionais do município que mudamos ou continuaremos a penar com os índices vergonhosos que vemos repetindo a anos.

Mas porque as ditas tendências não tiveram continuidade?
Falta projeto e liderança da secretaria da educação para sua implantação. Sabemos que não existe uma fórmula mágica para melhorar nossa educação, mas sem sombra de dúvidas, a jornada de transformação começa no debate de ideias e, principalmente, na vontade e coragem de fazer diferente.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2022

Volta às aulas com segurança requer um plano estratégico


Com os objetivos de que possamos retomar nossas atividades presenciais da forma mais segura possível, minimizando os riscos de contágio e transmissão da COVID-19 e criando um ambiente seguro e saudável favorecendo a continuidade da proposta pedagógica com excelência e contribuindo com as medidas de mitigação estabelecidas pelas autoridades sanitárias, é muito importância a elaboração, entrega e divulgação para os professores, equipe escolar e principalmente os estudantes e seus pais de uma cartilha impressa.

O que deve ter essa cartilha?
  • Conscientização dos pais para vacinar seus filhos já que o percentual de crianças vacinadas em Baraúna está  muito aquém do esperado.
  • Protocolo de Biossegurança da Covid-19 na escola/creche e ônibus escolar.
  • Principais ações da Proposta Pedagógica com ênfase na recuperação da aprendizagem de todos, priorizando as habilidades essenciais, tanto cognitivas quanto socioemocionais.
  • Prevenção do abandono escolar.
  • Calendário Letivo de 2022.

Antes de mandar seu filho para a escola/creche faça os seguintes questionamentos:
  1. A Unidade de Ensino possui um protocolo de segurança sanitária de combate à Covid-19 com  esquema de monitoramento e acompanhamento da adoção das medidas sanitárias e proposta para agir no momento de surgimento de casos de contaminação na escola/creche?
  2. Adquiriu os insumos e realizou as adequações necessárias no prédio para o cumprimento dos protocolos de segurança sanitária?
O cuidado com a saúde e a preservação da vida são os elementos mais importantes para reabertura das escolas. Por essa razão, o plano de retorno deve reduzir ao máximo os riscos para a comunidade escolar e garantir o direito à aprendizagem e ao desenvolvimento pleno das crianças e dos adolescentes.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2022

Como elaborar a proposta pedagógica de acordo com a BNCC?


A proposta pedagógica é o documento que reflete a identidade da escola, sua missão e seus valores. Construída por toda a comunidade escolar, a proposta pedagógica dá o direcionamento para garantir o aprendizado dos alunos e como ele será alcançado.

Além das disciplinas e metodologias adotadas, a proposta pedagógica apresenta os métodos de ensino que formam a linha educacional da escola, as diretrizes que vão guiar a construção dos currículos, calendários, entre outros tópicos fundamentais.

Cada instituição de ensino deve elaborar a sua proposta pedagógica de forma particular e única, e sua elaboração está diretamente ligada com o projeto político pedagógico da escola.

Neste post, vamos entender o que é a proposta pedagógica da escola e como ela deve ser pensada, realizada e estruturada, com base nos critérios da Base Nacional Comum Curricular (BNCC).

O que é a proposta pedagógica?

A proposta pedagógica (PP) é um direito da comunidade escolar garantido por lei. Seu papel é mostrar, revelar, registrar tudo aquilo que a escola crê, faz e espera do aprendizado de seus alunos e como ela fará para que esse aprendizado seja alcançado.

A PP passou a fazer parte da realidade das escolas a partir de 1996, com a implementação da Lei de Diretrizes e Bases (LDB), documento que organiza a educação no Brasil com base na Constituição Federal.

Até então, as escolas não eram obrigadas a apresentar as propostas em um documento formal. Com a LDB, a proposta pedagógica tornou o acesso à informação mais democrática, aumentando a participação da comunidade escolar nas decisões.

Por seu caráter democrático, a PP não deve ser um documento extenso e prolixo, mas um material acessível a todos, com linguagem adequada e distribuído para toda a comunidade escolar.

Qualquer pessoa deve ser capaz de, ao ler a proposta pedagógica da escola, entender quais são os objetivos da instituição e como a escola vai fazer para conquistá-los.

Qual o objetivo da proposta pedagógica?

O objetivo da proposta pedagógica é apresentar a intencionalidade educativa da escola.

Ela esclarece, além da identidade, como se dará a sua organização, quais os seus objetivos para a aprendizagem dos alunos e, principalmente, como a escola irá trabalhar para atingi-los.

A escola que tem uma proposta pedagógica bem estruturada e acessível poderá observar reflexos na qualidade do ensino e no engajamento dos alunos. Isso porque um dos pilares do documento é alinhar as teorias pedagógicas com a prática educacional.

A proposta pedagógica apresenta:
Onde estamos? Diagnóstico sobre a situação atual da escola
Para onde vamos? Quais os objetivos da escola
Como chegar lá? Estratégias e plano de ação para alcançar os objetivos

Qual a diferença entre Proposta Pedagógica e Projeto Político Pedagógico (PPP)?

O projeto político pedagógico (PPP) pode ser chamado de forma genérica como projeto ou proposta pedagógica. No entanto, a proposta é um dos elementos que compõem o PPP.

Além de apresentar a proposta curricular, o PPP traça diretrizes para a formação de professores e para a gestão escolar. Sua construção é feita a partir de uma gestão escolar democrática, com a participação da comunidade nos processos decisórios.

Como se faz uma proposta pedagógica de acordo com a BNCC?

De acordo com a LDB, a Base Nacional Comum Curricular deve nortear os currículos e as propostas pedagógicas de todas as escolas públicas e privadas de Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio, em todo o Brasil.

A BNCC propõe quais os conhecimentos, competências e habilidades que todos os estudantes devem desenvolver ao longo da educação básica, direcionada para a formação humana integral e para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.

A base também estabelece que os projetos pedagógicos devem ser construídos através de um regime de colaboração, visando ampliar o senso de pertencimento e o engajamento de toda a comunidade escolar em torno de um mesmo objetivo.

O texto da proposta pedagógica deve ser escrito em uma linguagem clara e acessível para facilitar o entendimento. É importante que o documento siga uma estrutura de conteúdo objetiva, com alguns componentes básicos.

É importante ressaltar que a proposta pedagógica é um documento particular e de autonomia de cada escola, portanto, podem apresentar diferenças de estrutura e conteúdo de instituição para instituição.

Quais as etapas de elaboração da proposta pedagógica?

Por fazer parte do projeto político pedagógico, a elaboração da proposta pedagógica deve ser liderada pela gestão democrática escolar, fundamental para garantir o engajamento de toda a comunidade na implementação dos novos currículos.

Todo o trabalho deve ser construído de forma participativa, na qual se dê atenção para a voz de todos: professores, funcionários, alunos, famílias e representantes.

A BNCC sugere que a revisão da proposta pedagógica curricular seja feita em 10 etapas:

1ª etapa: envolver e sensibilizar a equipe da escola;
2ª etapa: planejar o processo pela gestão escolar com definição de ações, prazos e pessoas responsáveis;
3ª etapa: estudar os principais aspectos do novo currículo e o papel de uma nova proposta;
4ª etapa: elaboração do diagnóstico e análise da proposta anterior pela equipe da escola;
5ª etapa: mobilização da comunidade escolar para contribuir na construção da nova proposta;
6ª etapa: definição da estrutura e prioridades da proposta pela equipe escolar;
7ª etapa: compartilhamento das primeiras deliberações para discussão e validação da comunidade escolar externa;
8ª etapa: redação do texto do documento pela equipe da escola;
9ª etapa: validação pela comunidade escolar;
10ª etapa: divulgação da proposta pedagógica em sua versão final.

A Base ainda sugere que a redação do documento e sua elaboração não fique sob a responsabilidade dos professores, pois é importante que os docentes sejam envolvidos em práticas de formação continuada para atender às novidades do novo currículo.

Quais os componentes da proposta pedagógica?

Cada escola deve construir a sua proposta pedagógica de forma particular, no entanto alguns componentes básicos devem estar presentes na estrutura da PP.

A PP deve trazer em seus componentes:

Contextualização da escola

O objetivo deste componente é apresentar a história e as características sociais e culturais da escola; como é a sua ligação com a cidade onde está inserida; a composição da comunidade escolar, entre outros detalhes.

Este componente é importante pois fortalece a identidade da escola, estimula a auto estima e promove reflexões sobre o pertencimento da comunidade escolar com a instituição.

Diagnóstico educacional

Este elemento da PP é importante pois identifica quais os pontos que a escola está acertando e quais podem ser melhorados, definindo prioridades de ação.

Entre os indicadores, podemos destacar os resultados do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), os indicadores de fluxo escolar, evasão escolar, quantidade de matrículas, entre outros dados coletados.

Missão, visão e valores

Nessa etapa da PP, a escola deve compartilhar o propósito, os objetivos da instituição e as virtudes e princípios que orientam sua atuação.

Ao compartilhar a missão, visão e valores, a escola estimula o engajamento em torno dos objetivos comuns da instituição.

Bases legais

Trazer documentos e normas que respaldam a atuação da escola, como a Constituição, LDB, BNCC, etc. Os itens normativos de caráter estadual e municipal também devem ser apresentados.

Plano de Ação

O plano de ação da PP é um dos tópicos principais do documento, pois detalha os procedimentos que serão adotados para atingir os objetivos da escola. O plano de ação contém:
  1. Objetivos de aprendizagem dos alunos;
  2. Metas de resultados educacionais;
  3. Materiais didáticos;
  4. Métodos para formação docente;
  5. Estratégias de Avaliação de aprendizagem.
O plano de ação está diretamente ligado aos itens anteriores. Sua elaboração deve ser orientada pelo diagnóstico dos indicadores educacionais, com o objetivo de alcançar a missão da escola.

É importante estabelecer uma ordem de prioridades para o plano de ação, alinhando os objetivos de aprendizagem, metas, materiais, formação docente e avaliação com a BNCC.

Para concluir

A proposta pedagógica é um dos principais elementos que fazem parte do PPP, documento que orienta a atuação da escola e sua ligação com a comunidade escolar. Portanto, sua elaboração deve ser feita de forma colaborativa, ouvindo a voz de todos os atores da comunidade.

Uma proposta pedagógica completa, acessível e clara garante mais engajamento das pessoas que fazem parte da escola, pois as coloca em sintonia com a missão e os objetivos da instituição de ensino. Uma proposta pedagógica democrática é direito e dever de todos.

Fontes

Implementação do currículo alinhado à BNCC

Sua escola já está trabalhando o novo currículo?


O prazo final para que todas as redes, públicas e privadas, de Educação Infantil e Ensino Fundamental o implementem foi 2020. A atualização dos currículos é pautada pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC), aprovada em dezembro de 2017. Mas, para entender o que muda no ensino a partir deste ano, é essencial diferenciar BNCC de currículo.

No período de 2018 a 2020 os sistemas e redes tiveram a oportunidade de adequar seus currículos alinhado às exigências da BNCC e locais e que deve "ganhar vida" na escolas/creches.

Fazer essa adequação pode não ser muito fácil, uma vez que é necessária uma série de ações. Além da leitura e compreensão da Base por inteira, os profissionais da educação precisam encontrar modos de ligar o que está definido no documento à prática.

O primeiro passo para a implementação é a revisão do currículo. Por ser o documento em que são explicitadas as propostas pedagógicas e estratégias de ensino adotadas pela escola, é natural adequá-lo num primeiro momento. Entretanto, não há uma fórmula mágica para realizar essa adequação: a tarefa, de fato, exige tempo e dedicação dos envolvidos.

O currículo deve conter maneiras de se alcançar os conteúdos propostos na BNCC. A Base, apesar de apresentar, ao longo de sua extensão, as competências e habilidades a serem desenvolvidas em ambiente escolar, não expõe qual a forma de se realizar sua aplicação. Para não limitar a autonomia das instituições e engessar currículos, cada escola deve traçar qual a melhor forma de ligar a proposta da escola à BNCC.

Sendo assim, é necessário garantir que todos envolvidos na escola compreendam que a BNCC não é um currículo, mas sim uma ferramenta para auxiliar a elaboração curricular.

Não existe uma forma correta de organizar o currículo, mas há vários guias que podem colaborar com os sistemas, redes e unidades escolares a organizar o seu.


A implementação da BNCC: compromisso com a excelência e a equidade nas aprendizagens

A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é um documento de ordem normativo que define o conjunto das aprendizagens essenciais para os alunos da educação básica.

A BNCC não é currículo. Os currículos escolares devem adequar as proposições da BNCC à realidade local (sistema, rede, escolas) como também ao contexto e características dos alunos. Ou seja, deve fundamentar a concepção, formulação, implementação, avaliação e revisão dos currículos, e consequentemente das propostas pedagógicas das escolas.

Muito mais do que apenas definir quais conteúdos devem ser abordados em cada período, os professores e profissionais da gestão pedagógica carregam desafios como desenvolver habilidades sociais, emocionais, valores e atitudes adequadas para o exercício pleno da cidadania de cada estudante. Como foi dito a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é o documento norteador para essa gestão, um guia com o objetivo de balizar a educação básica e estabelecer patamares de aprendizagem e conhecimentos essenciais que precisam ser garantidos a todos os estudantes da Educação Básica.

A sua implementação deve ser resultado de muitos debates e diversas outras regulamentações que culminaram na adequação dos currículos e proposta pedagógica, sempre na perspectiva de estabelecer o abandono da lógica curricular vertical de “distribuição” de conteúdos prontos.

Além disso, a BNCC, enquanto referência nacional, contribui para a articulação e coordenação de políticas e ações educacionais desenvolvidas em âmbito federal, estadual, distrital e municipal, especialmente em relação à formação de professores, à avaliação da aprendizagem, à definição de recursos didáticos e aos critérios definidores de infraestrutura adequada para o pleno desenvolvimento da oferta de educação de qualidade (Resolução CNE/CP 2/17, Art. 5, § 1º).

A BNCC se apoia em dois fundamentos pedagógicos: o compromisso com a educação integral e o foco no desenvolvimento de competências. Embora a BNCC não defina uma metodologia de ensino, a formação desse aluno caracterizado nas dez competências só pode ser alcançada por meio de metodologias ativas.

Qual é o desafio?
Em termos da BNCC, igualdade significa definir as aprendizagens a que todos têm direito. Equidade é oferecer condições adequadas às especificidades de cada indivíduo. Promover a equidade supõe reconhecer que as necessidades dos estudantes são diferentes, e portanto, orientar o planejamento e a ação curricular e didático-pedagógica para a inclusão de todos e a superação das desigualdades, compromisso que deve ser assumido pelas redes, sistemas e escolas.

Em outras palavras, é no cotidiano escolar que se garantirão as aprendizagens a que todos os alunos têm direito. Nesse contexto, BNCC, currículos e propostas pedagógicas devem ser reconhecidos como instrumentos a serviço da melhoria da qualidade educacional.

Em resumo, a BNCC garante a igualdade de aprendizagem, o currículo a equidade para aprender e a proposta pedagógica vai orientar o trabalho educativo de toda a equipe escolar, de modo que as aprendizagens essenciais definidas na BNCC sejam garantidas a todos os alunos.



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