sábado, 18 de setembro de 2010

RN é reprovado por falta de escola

Os estudantes do ensino fundamental do Rio Grande do Norte são os que têm a maior taxa de abandono escolar em relação aos Estados do Nordeste. O resultado da Síntese de Indicadores Sociais (SIS) divulgado ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelou uma média baixa nos estudos de escolaridade da população. No ano passado, na educação básica (educação infantil, ensino fundamental e médio), os estudantes com 15 anos ou mais passaram em média 6,2 anos na sala de aula. No Nordeste, essa média é de 6,7 anos. Embora o RN tenha uma média abaixo da região, ambos ficaram aquém da média nacional de 7,5 anos. Vale destacar que a conclusão do ensino básico é um direito constitucional.

Outro indicador que deixa o Estado no final do ranking entre os Estados nordestinos é o tempo médio de frequência em sala de aula. O Nordeste, por sua vez, ficou acima da média nacional com 32,9%, enquanto no Brasil se passou apenas 29,8%. Já, na região, o Estado do Piauí obteve a melhor situação, com 35,4% de frequência bruta.

Embora superior à média nacional, no Rio Grande do Norte, no entanto, esse percentual cai para apenas 31%. A melhor situação é para a faixa etária dos alunos entre seis e 14 anos de idade. Esse público teve frequência bruta de 96,2%, bem acima da média do Nordeste, com 84%, e da frequência nacional, com 85,2%.

Outra vez, o Piauí apareceu com destaque quando analisada a frequência bruta da população com mais de 25 anos de idade. Enquanto a média regional amarga 5,9%, o Estado chegou ao pico de 7% de frequência, um décimo acima do Estado potiguar, com 6%.

De acordo com a avaliação do IBGE, o "país alcançou nas últimas décadas um crescimento bastante representativo no que se refere ao acesso à escola, especialmente educação infantil", porém o instituto também reconhece a necessidade de melhorar a qualidade do ensino.

Consequência da Renda
Outro indicador que serve de paralelo aos avaliados no critério educação é a renda per capita das famílias com filhos de 0 a 17 anos no RN. Em 2009 (PNAD), 63% delas possuíam apenas uma renda per capita de até meio salário mínimo. Segundo o próprio instituto, essa população corresponde a 973.000 potiguares.

Disparate: elas estudam mais; eles ganham mais
As mulheres se destacaram no quesito educação. De acordo com avaliação da pesquisa, analisando as pessoas de 10 anos ou mais de idade no RN (PNAD/09) - média de anos de estudo -, há uma superioridade feminina. Enquanto os homens passaram apenas 5,9 anos, a mulheres superam em 6,6 anos de estudo. O mesmo segue com as pessoas com 15 anos ou mais de idade: os homens passaram em média 6,2 anos e as mulheres superam novamente, com 6,9 anos.

O SIS reconhece que o aumento da qualificação das mulheres tem sido evidenciado nas Pnads, bem como a sua maior inserção no mercado de trabalho. Em contrapartida, o avanço educacional não tem refletido em remuneração, pois elas continuam ganhando menos que os homens nas diversas ocupações.

O estudo também conferiu o rendimento médio das pessoas de 16 anos ou mais de trabalhos no RN. Se o homem conseguia ganhar R$ 852,00, as mulheres chegaram à cifra de R$ 634,30. No geral, a média de anos de estudo é de 6,4 anos para os homens, e mulheres, 8,1 anos.

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