O relatório ora apresentado tem a finalidade de servir como norte para que a Administração Pública Municipal possa avaliar a atual situação da Educação e venha tomar as medidas necessárias e cabíveis que viabilizem a mudança na qualidade do ensino nas escolas do município de Baraúna
Análise dos dados analisados
Mediante a apresentação dos dados, analisamos a atual situação da educação do município, em especial da nossa escola, elencando os possíveis responsáveis, conforme amostragem: 1º Alunos, 2º Direção, 3º Professores, 4º Supervisão, 5º Secretaria de Educação, 6º Conselho Escolar, 7º Gestor Municipal, 8º Governantes, 9º Família.
1) Alunos
Nossa clientela, de acordo com as entrevistas realizadas, sente-se desmotivada, desinteressada, pois ainda não ver a escola como porta para seu futuro.
Alguns, devido à necessidade de trabalhar, não concluem o ano letivo porque não conseguem conciliar trabalho e estudo, tendo que optar pelo sustento de sua família.
Os que permanecem na escola reclamam que algumas aulas não chamam atenção, não significam nada para eles, são aulas chatas que não ajudam em suas vidas e não conseguem aprender muito com determinada aula. Além dos que estudam porque os pais obrigam. Esses fazem da escola um local de diversão, onde podem fazer tudo que têm vontade, chegando a incomodar aos poucos que querem realmente estudar.
Para melhorar essa situação, falta apoio dos pais, que já não dominam seus filhos, outros não querem nem saber o que se passa na escola. Deixam seus filhos para que a escola os eduque.
2) Professores
Baraúna conta um número significativo de professores com terceiro nível de escolarização. É um dos municípios do RN que tem o maior número de professores com graduação e pós-graduação. Na Escola Manoel de Barros, cerca de 90% dos professores efetivos têm curso de especialização, porém o que temos é um quadro de professores desestruturado, uma vez que há aproximadamente 20 professores afastados de suas funções, assumindo cargos comissionados (alguns de direito, outros não!).
Para preenchê-lo, foram contratados bolsistas até mais responsáveis e comprometidos que alguns efetivos afastados, mas que poderá acarretar em prejuízo para os alunos, pois alguns lecionam disciplinas que não fazem parte de sua graduação, conforme informações dadas pela vice-diretora da escola, além de falta de acompanhamento da supervisão.
Outro prejuízo para nossa clientela é a remoção de alguns professores do fundamental menor para substituição dos colegas afastados. Formados em Pedagogia, mas lecionam Língua Portuguesa, História, geografia... Enfim qualquer disciplina, independente de sua formação, apenas para preencher o quadro.
Há outra parcela de educadores que atuam em sua área, que são comprometidos com a função, mas sentem-se desmotivados porque, muitas vezes, não são valorizados. E há também aqueles descomprometidos com o ensino de qualidade, chegando a auto-afirmar que é professor que não precisa planejar para dar uma boa aula.
3) Organização da Escola
A escola necessita de ações urgentes que possam ajudar em sua organização, porque vemos o “descuido” por parte dos gestores: entulhos, documentação no chão, sala de computação desarrumada e inativa para os alunos, equipamentos no chão na sala da direção, outros emprestados a terceiros, livros estragados, água servida no acesso à biblioteca, biblioteca suja, banheiros mal-cheirosos, além da sala de professores com pouca acomodação para todos os professores e da máquina de xerografar com defeito há mais de 01(um) mês.
4) Planejamento
Uma escola sem planejamento é uma escola sem ter um objetivo a atingir. Sabemos da necessidade de se ter, no mínimo, 04 planejamentos durante um ano letivo. Em 2008, não houve encontro para planejar conteúdos, estratégias e objetivos para serem trabalhados em sala de aula. Apenas no 2º bimestre foram “listados” conteúdos. Assim é pouco provável que tenhamos aulas de boa qualidade. O que se nota é improviso que desencadeia em aula de má qualidade. Como melhorar se não dispomos de tempo para planejar?
5) Equipamentos
Nossa escola conta com um grande número de equipamentos que podem nos auxiliar na prática docente, (lista fornecida pela direção da escola, em anexo). O que dificulta o uso é a acessibilidade e o manuseio, pois parte dos professores não sabe utilizá-los e quem sabe, às vezes, não são encontrados na escola. Em 2007, ocasião da 1ª reunião administrativa, foi solicitada à direção uma oficina, para que todos os professores aprendessem a montar e manusear os equipamentos. Entretanto, ainda não foi viabilizada.
Outra negativa é o empréstimo. Houve ocasião de precisar utilizar microfones, caixa de som e data-show e não encontrá-los na escola. Funcionários da prefeitura haviam pedido emprestados.
6) Equipe Pedagógica
Contamos com 06 (seis) supervisoras, sendo duas em cada turno. O turno noturno foi contemplado com Núbia Mendes e Maria auxiliadora. Tivemos a contribuição de Ana Martins (03 noites por semana), o que era insuficiente diante da nossa necessidade de acompanhamento e do pouco tempo que tínhamos para discutir assuntos pertinentes.
Por isso, o resultado acompanhamento pedagógico ficou comprometido e conseqüentemente, o aluno pode absorver a parte negativa, uma vez que cada professor trabalha de forma individual e espontânea, desprovido de qualquer cobrança e objetivo.
7) Direção de Escola
A direção da escola (gestão de Fábio Abreu) mostrou-se, muitas vezes, inflexível a algumas situações vivenciadas. De maneira autoritária, impunha seu poder, chegando a destratar alguns funcionários e até ameaçar, diante de seus pares, o que provocava desconforto e revolta, gerando conflitos internos que poderiam ter sidos evitados. Já a vice-direção, procura atender aos anseios dos funcionários, buscando o diálogo e o entendimento, nos proporcionando momentos mais participativos.
8) Conselho Escolar
Por ser um conselho relativamente novo (criado há 02 anos), a comunidade escolar pouco tem conhecimento da sua formação e das atribuições de seus membros.
Percebemos que há uma grande dificuldade de reunir todos os membros, inviabilizando momentos de discutir e resolver problemas da escola.
9) Secretaria de Educação
A Secretaria Municipal de Educação, Cultura e Desportos deveria ser o órgão responsável pela promoção e acompanhamento da qualidade do ensino oferecido nas escolas do município. Poderia, também, promover projetos para a melhoria da nossa educação, propondo metas e objetivos a serem atingidos no final de cada ano letivo. O que se vê é um recinto onde professores que não querem assumir suas funções se aglomerando, exercendo funções que não lhes dão direito ao citado afastamento.
10) Gestor Municipal
Mediante trabalho apresentado, as entrevistas seriam feitas a todos os segmentos, incluindo o Prefeito municipal. Entretanto não foi possível o agendamento para tal. Pedimos à vice-diretora que marcasse o encontro. Ela nos alertou que seria difícil, mas iria tentar. Infelizmente, sem êxito. A secretária de Educação, prontificou-se para tentar viabilizar a entrevista (ela o entregaria e nos devolveria respondida, inclusive a dela). Mas, até a conclusão deste relatório, isso não aconteceu.
Uma das perguntas que seria feita ao prefeito (em anexo) era sobre investimentos realizados na Educação. Gostaríamos de saber quais investimentos foram realizados em 2007 e quais ainda seriam feitos em 2008. Não conseguimos descobrir, pois não houve condições para isso. De fato, o que sabemos é que foi feito reforma na parte física, no mais ficou a desejar.
Sugestões
Assinatura revistas VEJA, SUPERINTERESSANTE, ESCOLA e jornais diários;
Aquisição Coquetel;
Planejamento mensal – reflexão das ações;
Direção por seleção;
Planejamento semanal das atividades;
Formação continuada para professores;
Interação entre Secretaria de educação e escolas;
Motivação (moral e financeira) para professores;
Atividades culturais regulares;
Premiação bimestral dos melhores professores;
Galeria de profissionais destaques de cada mês;
Professores efetivos voltarem às suas funções;
Caixa para sugestões e críticas para toda a comunidade escolar;
Criação do boletim escolar;
Atuação permanente do Conselho escolar;
Atualização e aplicação do Regimento Interno;
Aplicação do PPP (Projeto político Pedagógico);
Investimento significativo na Qualidade do ensino;
Enriquecer o acervo da biblioteca;
Fazer funcionar o laboratório de informática;
Disponibilizar computadores com impressora para os alunos;
Diversificar o material pedagógico;
Facilitar e promover aula-passeio;
Efetivar aulas de reforço;
Promover palestras com autores de livros didáticos e para-didáticos;
Criar eventos para descobrir possíveis talentos entre alunos;
Realizar (bimestralmente) avaliações com alunos para avaliar o nível de aprendizagem-secretaria de educação.
A Secretaria de educação traçar metas de trabalho e enviar projetos para as escolas;
Visitar cidades com escola-modelo;
Aplicar política pedagógica parecida com de cidades bem colocadas no IDEB (Mossoró);
Promover fóruns para discutir a Educação do município;
Realizar, periodicamente, oficinas de leitura e produção de textos;
Efetivar o funcionamento da rádio-escola;
Realizar olimpíadas, internas, de matemática;
Repetir o projeto Aluno Padrão;
Promover campeonatos (futebol, handebol, xadrez, dama...)
Um comentário:
Só hoje dei conta deste importante trabalho elabora pela professora Nordania. Muito bom, importante e relavante para a escola. Parabéns!
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