domingo, 24 de agosto de 2008

A origem da péssima educação

Origem cultural

A educação não é um valor que a sociedade tem como importante. Exemplos que reforçam nossa percepção: I) quando o time de futebol perde o pai de família pede para o técnico sair do seu time, mas não exige que o diretor da escola de seu filho saia por incompetência e/ou falta de compromisso; II) os pais não visitam a escola do filho com maior freqüência no ano, mas não acha perda de tempo assistir a partida de futebol do seu time preferido ou do capítulo da sua novela preferida; III) deixa de investir na educação dos filhos, mas presenteia-o com o celular de última geração; IV) boa parte das pessoas ligadas á educação não se mobilizam para recuperar a péssima qualidade do ensino, mas se juntam com outros para eleger seu candidato na época da eleição; V) boa parte dos profissionais da educação deixam de colocar seus filhos na escola pública para matricular na particular; VI) ficamos tristes quando nossos atletas olímpicos ganham uma medalha de bronze, mas não nos revoltamos com a nossa educação em último lugar na classificação do IDEB.


A classe média coloca seus filhos na escola particular porque é muito mais confortável. Para que a escola pública do filho de pais da classe média possa atingir uma qualidade aceitável exige que os pais participe mais ativamente da vida escola e isso exige tempo para participação de reuniões de pais e mestres, conselhos escolares, conselho do Fundeb, etc.


Origem política

A escola pública era de boa qualidade quando o filho do rico estudava nela, como os filhos dos ricos colocaram seus filhos na escola particular os governantes abandonaram a escola pública que hoje atende os filhos dos mais pobres. A maioria dos prefeitos não está nem um pouco preocupados com a educação de seus municípios, só fazem alguma coisa porque existem recursos assegurados pela união. Do contrário nossas pobres crianças estariam totalmente abandonadas de educação.


O governo federal tem criado mecanismos (como exemplos o Prouni e cotas para negros) de inclusão do aluno pobre na universidade pública, mas como esses alunos fazem o ensino fundamental e médio na escola pública de péssima qualidade, não conseguem o acesso às universidades públicas e conseqüentemente maior número de alunos pobres pagando universidades particulares e alunos de filhos de pais ricos estudando em universidades públicas de boa qualidade grátis. Não adianta abrir vaga na universidade pública se nossos jovens não conseguem passar no vestibular.

Nenhum comentário: