Entre os vários males de uma escola ruim está o desperdício de dinheiro dos contribuintes, a perda de tempo de quem a freqüenta, a diminuição da curiosidade e da vontade de aprender por parte dos alunos que passa a ver a escola e a aprendizagem como coisas chatas e não desafiadoras, a decretação da culpa ao aluno e absolvição dos verdadeiros culpados pelo fracasso escolar.A escola ruim só serve para os seus funcionários que bom ou ruim recebem seu salário mensalmente, ao prefeito que se utiliza dos recursos da educação para satisfazer seus interesses partidários e aos fornecedores de bens e serviços.
Termina e começa ano, sai e entra prefeito, secretários de educação e diretores de escolas e ninguém faz nada para melhora a qualidade do ensino público. São poucos, mas a maioria das escolas públicas têm recursos financeiros assegurados, profissionais concursados, boa parte dos professores querendo mudar e principalmente alunos querendo aprender. Mesmo assim nada acontece.
Em função da desinformação da maioria dos pais de alunos, eles acreditam que o insucesso escolar dos filhos é unicamente culpa dos deles. Muitos estão pensando nesse momento que estou achando que o aluno não tem culpa. Quem se interessa pela escola que temos hoje? Duvido que o aluno não se motive se a escola fosse um espaço onde se aprende, constroem competências e habilidades, realizam potenciais e onde as pessoas se educam com diálogo. O que temos é um local onde as crianças e jovens entram e saem diariamente sem acrescentar nada em suas vidas.
Não dar mais para fingirmos que estamos trabalhando a serviço de uma educação de qualidade porque não estamos. Devemos assumir os erros e buscar saídas para o problema. Se ficarmos nos defendendo e colocando os erros nos outros não sairemos da rabeira da vergonha nacional.
Medidas paliativas não resolvem o problema da péssima qualidade da educação. Devemos reinventar a escola e isso implica: a) rever o conceito de educação com que opera, para que alcance clareza sobre essas duas questões: Por que educar? Para que educar?; b) rever a missão da escola diante de outras instituições que assumem funções educacionais; c) rever o seu currículo, isto é, sua visão do que os alunos devem aprender na escola; d) rever o seu método, isto é, sua visão da forma em que os alunos aprendem; e) rever o papel de alunos, professores e corpo diretivo; f) rever a forma de organizar o tempo e espaço e g) rever a relação com o mundo externo e com a tecnologia.
Mas, essa reinvenção da escola só será possível se tivermos propósito claro (vontade política), paixão pela causa (emoção), plano realista (inteligência) e persistência com paciência (postura e atitude).
Um comentário:
No caso de Baraúna, os recursos do Fundeb só servem para beneficiar os seus correligionários e vereadores. Enquanto isso os SINDSERB e vereadores não fazem nada. O pior é que os professores sabem dessa situação e se calam.
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