quinta-feira, 8 de maio de 2008

A quem serve a escola ruim?

Entre os vários males de uma escola ruim está o desperdício de dinheiro dos contribuintes, a perda de tempo de quem a freqüenta, a diminuição da curiosidade e da vontade de aprender por parte dos alunos que passa a ver a escola e a aprendizagem como coisas chatas e não desafiadoras, a decretação da culpa ao aluno e absolvição dos verdadeiros culpados pelo fracasso escolar.

A escola ruim só serve para os seus funcionários que bom ou ruim recebem seu salário mensalmente, ao prefeito que se utiliza dos recursos da educação para satisfazer seus interesses partidários e aos fornecedores de bens e serviços.

Termina e começa ano, sai e entra prefeito, secretários de educação e diretores de escolas e ninguém faz nada para melhora a qualidade do ensino público. São poucos, mas a maioria das escolas públicas têm recursos financeiros assegurados, profissionais concursados, boa parte dos professores querendo mudar e principalmente alunos querendo aprender. Mesmo assim nada acontece.

Em função da desinformação da maioria dos pais de alunos, eles acreditam que o insucesso escolar dos filhos é unicamente culpa dos deles. Muitos estão pensando nesse momento que estou achando que o aluno não tem culpa. Quem se interessa pela escola que temos hoje? Duvido que o aluno não se motive se a escola fosse um espaço onde se aprende, constroem competências e habilidades, realizam potenciais e onde as pessoas se educam com diálogo. O que temos é um local onde as crianças e jovens entram e saem diariamente sem acrescentar nada em suas vidas.

Não dar mais para fingirmos que estamos trabalhando a serviço de uma educação de qualidade porque não estamos. Devemos assumir os erros e buscar saídas para o problema. Se ficarmos nos defendendo e colocando os erros nos outros não sairemos da rabeira da vergonha nacional.

Medidas paliativas não resolvem o problema da péssima qualidade da educação. Devemos reinventar a escola e isso implica: a) rever o conceito de educação com que opera, para que alcance clareza sobre essas duas questões: Por que educar? Para que educar?; b) rever a missão da escola diante de outras instituições que assumem funções educacionais; c) rever o seu currículo, isto é, sua visão do que os alunos devem aprender na escola; d) rever o seu método, isto é, sua visão da forma em que os alunos aprendem; e) rever o papel de alunos, professores e corpo diretivo; f) rever a forma de organizar o tempo e espaço e g) rever a relação com o mundo externo e com a tecnologia.

Mas, essa reinvenção da escola só será possível se tivermos propósito claro (vontade política), paixão pela causa (emoção), plano realista (inteligência) e persistência com paciência (postura e atitude).

Um comentário:

Anônimo disse...

No caso de Baraúna, os recursos do Fundeb só servem para beneficiar os seus correligionários e vereadores. Enquanto isso os SINDSERB e vereadores não fazem nada. O pior é que os professores sabem dessa situação e se calam.