sexta-feira, 3 de agosto de 2007

Realidade nua e crua


Em meados de agosto de 2006 a janeiro de 2007 os professores Francisco Reginaldo de Souza, Paulo Sérgio, Maria das Graças Bezerra e Maria Célia Bezerra, preocupados com os rumos que a escola Manoel de barros caminhava resolveram organizar uma pesquisa com o objetivo de avaliar a qualidade do ensino da escola e ser instrumento de sensibilização para a mudança dos profissionais da educação e Secretaria Municipal de Educação. A pesquisa teve como metodologia a aplicação de questionários aos alunos, pais e professores e dados do Prova Brasil.
Dos alunos consultados 64,25 % foram reprovados de uma a três vezes, 33,68 % desistiram de estudar de uma a três vezes, 54,0 % dos alunos não participam de nenhuma atividade extra-sala de aula, no entanto todos disseram que tem interesse em participar de alguma atividade sendo, que desses alunos, mais de um terço querem participar de atividades esportivas. Apesar da escola possuir equipamentos que muitas escolas do Brasil não possuem apenas 15,10 % dos professores utiliza estes recursos tecnológicos. Com relação à aprendizagem 84,98 % dos alunos têm como maior dificuldade ler e fazer contas (as quatro operações). Apesar de termos uma sala de informática com apenas oito computadores em péssimas condições de uso (hardware e software), 74,87 % dos alunos não tem noção nenhuma de informática e 92 % não tem acesso aos computadores da escola e 70 % deles querem usar o computador da escola para digitação de trabalhos escolares e pesquisa. Foi perguntado qual o principal problema da escola e 19,15 % responderam que são os professores que faltam muito; 55,85 % disseram que é a indisciplina dos colegas em sala de aula e 11,70 % revelaram que é a pouca participação dos pais na vida escolar deles. A pesquisa revelou também que 30 % têm dificuldade em aprender Matemática e Língua Portuguesa e 81,68 % tem interesse de ter aulas de reforço principalmente nestas duas disciplinas. Mais da metade dos alunos tem a televisão como principal forma de lazer.
Com relação à pesquisa dos pais, apenas um terço responderam que participam das reuniões de pais e mestres, 46,67 % dos pais disseram que o principal problema do baixo desempenho dos seus filhos são os professores que faltam muito e isso mostra que eles depositam toda responsabilidade no professor, dois terços deles têm conhecimento apenas da série que seu filho estuda. Com relação ao grau de escolaridade dos pais 26,67 % não sabem ler nem escrever. Quando se perguntou de que forma eles acompanham o desempenho dos seus filhos 60 % responderam que fazem através das reuniões de pais e mestre. Já em relação à ocupação, 76,66 % são agricultores(a) e/ou dona de casa.
Na opinião dos professores, 73 % disseram que a escola não dar atenção às disciplinas críticas como Língua Portuguesa e Matemática; 48,0 % disseram que os alunos ás vezes fazem o dever de casa e 23% raramente o fazem; 73 % ensinam de uma a três disciplinas e 27 % chegam a ensinar até quatro disciplinas ao mesmo tempo; 73 % disseram que a escola não possui um acervo de livros adequado para pesquisa; 40 % disseram que a escola não toma medidas corretivas com os alunos faltosos; 98 % se disponibilizam em se capacitar; 67,31 % acham que as reuniões de pais e mestre não tem contribuído na melhoria do desempenho dos alunos, 70 % acham que o planejamento bimestral conduzido pela equipe de pedagógica não contribui na melhoria do ensino; 42 % trabalham em uma escola e 50 % em duas escolas.
Diante dessa situação sugerimos a criação de grupos de trabalhos que pudessem discutir propostas para melhorar os índices e os professores propuseram que as supervisoras coordenassem esses grupos, no entanto, não avançaram por falta de alguem que coordenasse e cobrassem resultados.

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