sexta-feira, 2 de agosto de 2019

Por que a escola deve ensinar programação a crianças e adolescentes?

A programação é parceira na hora de desenvolver habilidades e é uma ótima oportunidade para trabalhar a lógica, a criatividade e até a resolução de problemas. Ou seja, independente da carreira que escolher, qualquer jovem pode se beneficiar com este conhecimento. Aprendendo fundamentos básicos da programação, a criança e o adolescente podem desenvolver o seu próprio app, o game dos seus sonhos e o que mais quiserem. Sabe o que é mais legal? Dá para aprender a programar com os personagens de Star Wars, as princesas de Frozen, jogando Minecraft e muito mais! Não importa se você nunca programou ou se já é craque nos códigos.

Muitos professores só de ouvirem falar em fazer uso das Tecnologias da Comunicação e Informação (TIC) já começam a suar frio. Agora imagine se a sugestão for ensinar programação? Antes que você pare de ler, adiantamos que o bicho não é tão feio quanto parece, e pasmem, em algumas situações você pode ensinar a programar sem ter que usar um computador.

Para ensinar programação para crianças, o professor não precisa ser programador ou especialista, basta ter afinidade com informática, interesse pelo tema e vontade de aprender. O primeiro passo é buscar conhecer e explorar ferramentas que foram desenvolvidas para o ensino de programação para crianças como o code.org e o scratch que permitem a criação de jogos, animações, histórias interativas e até app e melhor, não se paga nada para usar as duas plataformas.

8 razões para ensinar programação a crianças e adolescentes

1. Promover um relacionamento mais inteligente das crianças com a tecnologia

Parece que crianças já nascem sabendo mexer no smartphone. E, de fato, começam a dominar tais ferramentas mais cedo do que se imagina. Mas, a verdade é que, muitas vezes, usam este conhecimento para comunicação e diversão. E param por aí. Por que, então, não transformar esta afinidade natural com a tecnologia em profissão? Engana-se quem pensa que a programação é útil somente para quem quer fazer Ciência da Computação ou Engenharia. Hoje, e isso será crescente no decorrer dos anos, todas as profissões terão seus processos transformados. Advogados, contadores, porteiros, todos terão seus processos transformados diante da 4ª Revolução Industrial, e dominar conceitos de programação será indispensável.

2. Os alunos aprendem, brincando, a programar com a linguagem JavaScript e Python

Enquanto o aluno cumpre níveis no code e no scratch, ele aprende conceitos de programação e, para passar de fase, precisa desenvolver seus próprios códigos e aplicá-los a cenários matemáticos e de ciência. Ele nem percebe, mas jogando, está aprendendo a programar. “O modelo de repetição de fórmulas matemáticas está ultrapassado e não desperta o interesse do aluno, que decora aquilo só porque vai cair na prova, mas não assimila, de fato, o conteúdo. A programação, por outro lado, estimula a criatividade e que o aluno pense em soluções diversas para resolver um determinado problema. As plataformas ensinam o aluno a usar as linguagem JavaScript, que são utilizadas na grande maioria dos computadores e softwares desenvolvidos em empresas do mundo todo, como a Microsoft.

3. Matemática deixa de ser um bicho de sete cabeças

Para crianças que não têm afinidade com a área de exatas, um dever de casa de matemática pode ser um martírio. Já para quem não gosta de português, as regras de acentuação e separar as sílabas confundem a cabeça. Mas a linguagem de programação que o aluno trabalha ao navegar pelas plataformas code.org e scratch torna a assimilação destas disciplinas muito mais simples pelo aluno.

4. Melhorar o desempenho em sala de aula

Aprender a lógica da computação ajuda o raciocínio, melhora o desempenho em outras disciplinas, estimula a criatividade e a resolver problemas. Ensinar programação para as crianças e adolescentes é o mesmo que ensinar a pensar. Ao aprender a programar, alunos passam a ter a oportunidade de contextualizar o aprendizado adquirido na escola, compreendendo o que foi apresentado em sala de aula e conectar a uma aplicação prática no dia a dia. É preciso abandonar velhos conceitos de educação e tornar as escolas realmente  mais atraente.

5. Professores como facilitadores

Ao ensinar a linguagem da programação, os professores deixam de ser meros replicadores de conteúdos para os alunos, e passam a ser facilitadores do aprendizado. Ao invés de entrar na sala de aula e iniciar uma explicação que nem sempre prende a atenção da turma, o docente ser torna o responsável por motivar e reforçar valores como trabalho em equipe, a importância de ter um espírito empreendedor, organização e planejamento do tempo, entre outros. E, importante: não é preciso ser um especialista em programação para conseguir repassar estes conceitos.

6. Ensino disruptivo

Falar em disrupção está na moda. Sabe quando a Netflix chegou e alterou profundamente o mercado das vídeo locadoras? As câmeras digitais tiraram a Kodak do jogo e a Uber balançou a mobilidade urbana? Isso é disrupção – uma inovação que cria um novo modelo e força o anterior a mudar ou torna-lo fracassado. E é isso que significa ensinar programação na grade curricular das escolas públicas: romper o modelo de educação anterior, que já está ficando obsoleto, e inovar para se adequar ao novo. É um desafio que já está presente: oferecer para os estudantes uma metodologia atrativa e que, consequentemente, melhore seus resultados.

7. Faltam programadores para suprir a demanda do mercado de trabalho

O desemprego no Brasil chega a casa dos 13 milhões, mas para quem sabe programar não falta oferta de trabalho. A procura por profissionais qualificados é tanta que empresas chegam a oferecer salários três vezes maiores.

8. Tendência mundial

Escolas de todo os EUA vêm aderindo à tendência. O sistema de ensino público de Chicago espera ter a ciência da computação como matéria obrigatória em seus 187 colégios de ensino médio até final de 2019. No Brasil, algumas escolas, como o SESI, oferecem um ensino tecnológico, voltado a programação, robótica e mídias digitais, mas ainda são poucos.

Minha escola não tem muito acesso à tecnologia. Como faço?
Existem diversas iniciativas que têm por objetivo facilitar a introdução do ensino de programação nas escolas. Muitos sites disponibilizam gratuitamente materiais de apoio com diversas atividades offline para estimular o desenvolvimento do raciocínio lógico e do pensamento computacional sem que seja necessário utilizar computadores ou depender de acesso à Internet. É o caso dos movimentos Code.org e scratch, que têm por objetivo desmistificar e democratizar o aprendizado de programação. Para isso, eles disponibilizam em seus sites uma série de atividades desplugadas, justamente para professores que desejam ensinar programação, mas, não dispõem de muito acesso à tecnologia nas escolas onde lecionam.

Como professor estamos implementando algumas inovações em sala de aula como Sala de Aula Invertida e uso das plataformas edmodo, khan academy e iniciação a programação com o uso do code.org e scratch.

Nenhum comentário: