terça-feira, 14 de agosto de 2018

O Educador e as novas tecnologias da informação e comunicação


Educar os alunos de hoje, considerados “nativos digitais” exige um novo professor. A educação oferecida pela esmagadora maioria das nossas escolas resume-se a transmitir um conhecimento que está todo na rede e o professor assume o papel de transmissor. O professor que sai da maioria das faculdades de licenciatura já saem com prazo de validade vencido, pois o que eles aprendem já não serve mais para ensinar o aluno de hoje. Além da defasagem em novas metodologias ativas para o processo de ensino e aprendizagem os municípios e estados não oferecem capacitação continuada e quando oferece é apenas uma repetição do que os professores já viram, pois quem capacita também foi formado na mesma faculdade que o professor está concluindo seu curso.

Constata-se que os professores são sabedores e conscientes que precisam rever sua forma de ensinar, mas tem um olhar temeroso e de insegurança com o uso das novas tecnologias em sala de aula. Essa insegurança tem origem na sua inferiorização em relação aos seus alunos que apresentam uma facilidade de assimilação rápida e uso da tecnologia e a mudança do seu novo papel de professor mediador e gerente do processo de ensino e aprendizagem.

Miranda (2007), diz que há duas principais razões para o professor não está conseguindo os resultados esperados com o uso da tecnologia: falta de proficiência no uso das tecnologias e a indisponibilidade dos professores em fazer uma reflexão e modificar sua prática de ensino. Ou seja, têm a ilusão que colocar os alunos dentro de uma sala com computadores ligados à internet é suficiente para eles aprenderem

Quanto ao modelo de professor, predomina aquele que emprega metodologias expositivas, valoriza a memorização, o livro é a principal fonte de informação e tecnologicamente despreparados para atender o aluno do século XXI. Diante desse modelo, a relação professor-aluno é manifestada pelo autoritarismo do primeiro pelo segundo.

Diante de uma escola desconectada com o aluno este não interage nem se envolve como seu processo de aprendizagem do o conhecimento, pois recebe tudo pronto.

Uma pesquisa realizada pelo Porvir (2016) revelou que 4 em cada 10 jovens estão insatisfeitos com a metodologia e o material usado nas aulas e 27 % disseram que a escola deve usar tecnologias.

Deste modo, nos dias atuais, é importante que o professor procure estar em contato com as Tecnologias Digitais, já que os alunos lidam com elas a todo o tempo. Os professores precisam estar abertos também a novas maneiras de ensinar, além daquelas em que os alunos estejam dentro da sala de aula, cada um sentado em sua carteira, ouvindo o que o professor fala. O uso das novas Tecnologias da Informação e da Comunicação poderia ser uma alternativa eficaz para realização da relação mútua de aprendizagem entre professores e alunos. (PEREIRA, 2015 p.7)

Diante de um novo aluno e da necessidade de um novo tipo de professor as escolas atuais têm um novo desafio: manter-se indispensável. A juventude formada na sociedade da informação não aceita mais que a escola seja uma detentora e repassadora de conhecimento, ele quer participar da construção do conhecimento e a escola com seus professores não estão preparados para assumir esse desafio.

Apesar do professor continuar indispensável no processo ensino-aprendizagem, seu papel mudou. Conseguimos enxergar nas escolas três tipos de professores: a) o que não quer mudar e se orgulha de continuar ensinando o mesmo conteúdo com a mesma metodologia a mais de 20 anos; b) o que tem consciência que está ultrapassado e espera que a Secretaria de Educação e sua escola o ajude a mudar e, c) o professor que não espera e já ensaia alguma mudança. Este último são os desbravadores que pouco a pouco abre novas expectativas dentro da sua escola, apesar da gestão escolar não oferecer as condições mínimas de inovação.

A prática docente deve responder às questões reais dos estudantes, que chegam até ela com todas as suas experiências vitais, e deve utilizar-se dos mesmos recursos que contribuíram para transformar suas mentes fora dali. Desconhecer a interferência da tecnologia, dos diferentes instrumentos tecnológicos, na vida cotidiana dos alunos é retroceder a um ensino baseado na ficção (SANCHO, apud PEREIRA, 2015 p.4).

A facilidade com que os alunos interagem com a tecnologia está impondo uma mudança de comportamento dos professores. A geração digital passou a exigir que o professor assuma não o detentor de conhecimento, mas o facilitador da construção desse conhecimento. O motivo é muito claro, em um mundo dominado pelo uso corrente da tecnologia pelos alunos, estes não suportam mais ouvir horas de explicações enfadonhas e transcritas em uma lousa.

Uma das formas do professor se manter alinhado as exigências dos estudantes do século XXI, considerados nativos digitais, é se conectar com a demanda dos jovens e nessa perspectiva o uso das Tecnologias Digitais com fins de ensino aprendizagem é o início da parceria. Desse modo o professor deixa de ser mero transmissor de conhecimento e passa a ser um articulador da produção do conhecimento feito pelo próprio aluno. Porém, há muitos que acham que o professor descendo do pedestal como o detentor do conhecimento fará com que ele perca o domínio do processo de ensino e aprendizagem, pelo contrário, nunca o professor foi tão importante como parceiro do aluno na produção do conhecimento.

Cetic.Br (2016) divulgou um estudo que aponta o uso de dispositivos móveis, como smartphones e tablets, por 82% das crianças e adolescentes brasileiros entre 9 e 17 anos de idade, para acessarem a rede mundial de computadores. Desse percentual, o estudo indica que 68% estão em busca de informações para trabalhos escolares ou para ampliação do seu universo de conhecimento. Diante desse cenário, as tendências apontam para uma migração quase integral das metodologias de ensino para o ambiente online.

Deste modo, nos dias atuais, é importante que o professor procure estar em contato com as Tecnologias Digitais, já que os alunos lidam com elas a todo o tempo. Os professores precisam estar abertos também a novas maneiras de ensinar, além daquelas em que os alunos estejam dentro da sala de aula, cada um sentado em sua carteira, ouvindo o que o professor fala. O uso das novas Tecnologias da Informação e da Comunicação poderia ser uma alternativa eficaz para realização da relação mútua de aprendizagem entre professores e alunos. PEREIRA, 2015 p.7)

Para Porto (2006, pg 46), os jovens “estão em outra”, afirma a autora, e isso significa outras necessidades, outras percepções, outros relacionamentos, além daqueles conhecimentos muitas vezes vazios de significados que lhes chegam por meio das escolas e dos livros, organizados racional e linearmente.

Para ensinar o aluno de hoje é necessário muito mais do que dominar o conhecimento da sua disciplina. O que aprendemos nos bancos das universidades já não dar de conta das demandas exigidas pelos nossos estudantes. Não queremos dizer que o professor analógico não tenha o que oferecer aos alunos digitais, claro que tem. A experiência acumulada ao longo do tempo pode ajudar no início de um novo processo, mas para isso o professor precisa ter humildade para reconhecer suas limitações e que precisa continuar estudando.


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