segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

A conexão do velho com o novo que deu certo

Nos anos de 2015 e 2016 conseguimos uma aprovação de 96% em matemática. Mas que metodologias e recursos usamos para atingir esse percentual?

Antes veja o relatório AQUI

Estabelecemos metas de aprendizagem para todos os alunos e turmas
Apesar de muitas escolas não dar importância a metas nós acreditamos que ela nos ajuda a perseguir um índice mínimo de aprendizagem de todos os alunos e com isso possibilitar um processo rico de reflexão e replanejamento do processo de ensino e aprendizagem. Se uma turma atinge a meta percebemos que é hora de aumentar a sua expectativa de aprendizagem e se a meta não é atingida acende um sinal de alerta que algo está errado e precisamos agir para corrigir imediatamente e garantir que todos aprendam no seu ritmo. Em 2015 estabelecemos a meta de 80% de aprovação e em 2016 de 70%.

Observe no gráfico acima que subestimei meus alunos, principalmente em 2016, mas tem uma explicação para isso. Em 2015 lecionava só turmas de 8º e 9º Anos e em 2016 tinhamos quatro turmas de 7º Ano que, geralmente apresentam uma deficiência maior, principalmente em Matemática e Língua Portuguesa, muito embora eu não tivesse que fazer isso, pois nós professores devemos sempre aumentar as expectativas de aprendizagem de nossos alunos, independente das suas deficiências.

Aulas expositivas dos conteúdos em casa e resolução de exercícios na sala de aula
Neste método denominado de Aula Invertida os alunos estudavam o conteúdo em casa e na sala de aula tirávamos as dúvidas e em equipe os alunos eram motivados a resolver problemas do assunto estudado. Mas como? Em 2015 criamos um blog onde postamos vídeoaulas para os alunos com internet em casa e gravamos DVD com as vídeoaulas para os que não tinham internet. Os que tinham smartphone podiam assistir as vídeoaulas nele. Em 2016 substituímos o blog pelo Edmodo - rede social educacional.

A metodologia da “sala de aula invertida” (Flipped Classroom, em inglês), propõe a inversão completa do modelo de ensino. Sua proposta é prover aulas menos expositivas, mais produtivas e participativas, capazes de engajar os alunos no conteúdo e melhor utilizar o tempo e conhecimento do professor.

É possível aplicar essa metodologia a todas as disciplinas escolares obtendo o mesmo efeito. Pelos estudos obtidos em diversas instituições em todo o mundo, há sempre um ganho em relação à metodologia tradicional, independente da disciplina.

Foi fácil? De forma alguma. Nossa luta para inverter a nossa aula foi motivo de certa resistência, principalmente porque a escola não desenvolve a cultura do estudo em casa. Durante o percurso do projeto tivemos que realizar várias adaptações para dificultar os vícios dos alunos como apenas copiar o conteúdo, copiar o conteúdo dos alunos que assistiam a vídeoaula e mesmo os que resistiam a não fazer nada.

Como nossos alunos foram treinados a ter o conteúdo mastigado pelo professor em sala de aula, no começo eles assistiam o vídeo e não entendiam nada e nesse caso tivemos que voltar a tradicional aula expositiva e ensinar o conteúdo que ele não conseguiu assimilar. Os avanços ainda está no começo, mas acreditamos que esse é o caminho para uma educação libertadora.

Muitas avaliações
Como falamos antes, realizávamos muitos exercícios em sala de aula e depois que detectávamos que o alunos atingia certo nível de aprendizagem realizávamos uma avaliação pela plataforma Edmodo. A maioria das turmas fizemos até 6 avaliações apesar da escola exigir apenas três para o cálculo das média bimestral. Mas por que tanta avaliações? Por que acreditamos que os conceitos de matemática só são aprendidos pela exaustiva resolução de problemas ou aplicação no cotidiano do alunos.

Uso de plataformas digitais
Nada disso teria sido possível sem o uso da Khan Academy e o Edmodo. Em posts anteriores faço uma explanação das duas plataformas e para não ficar repetitivo acesse os links abaixo e entenda o que é e qual o potencial de cada uma delas.


Apesar dos bons resultados e a repercussão que esse projeto tomou a nível nacional não tivemos o apoio da direção e coordenação pedagógica do Manoel de Barros para motivarmos a adesão de mais professores a metodologia. Veja o concurso abaixo.

Projeto do professor Reginaldo é destaque em Concurso Olho na Escola

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