Alberto Tarnagui, em artigo escrito para o Programa Salto para o Futuro, intitulado: Educação Digital e Tecnologia da Informação e da Comunicação (TIC), afirma que a escola deve atender a alguns requisitos básicos, entre eles:
- Ser espaço em que o aluno possa construir conhecimentos e competência;
- Oferecer aos seus alunos sólida formação básica para seguir sua vida, bem como para realizar escolhas que a vida lhes apresenta a cada instante;
- O ensino deve focar na formação para ampliar a capacidade de interferência no entorno;
- Oferecer uma educação que valoriza tanto a dúvida como a resposta;
- Levar os alunos a entender o conhecimento como instrumento de comunicação e de intervenção no mundo real;
- Contribuir com a inclusão digital, oferecendo aos estudantes e professores acesso às Tecnologias da Informação e Comunicação, gerando competência para que sejam leitores como autores nestes meios;
- Ser flexível e receptiva às mudanças ocorridas no seu entorno e estar preparada para promover transformações em si, garantindo seus interesses sempre que ocorram mudanças na re-educação.
Dentre os responsáveis por elaborar e colocar em prática esses requisitos básicos está o professor, diretores de escolas e equipe pedagógica.
Numa pesquisa de opinião concluída na semana passada sobre o futuro do ensino superior, uma parcela expressiva de alunos da Universidade de São Paulo - 18% - disse acreditar que o professor tem os dias contados. Não conseguiria sobreviver às novas tecnologias, perdendo a guerra contra as máquinas.
Essa visão radical, digna de filme de ficção científica, está ancorada na crença de que os novos meios de captação e transmissão de dados estão mudando o jeito como ocorre o aprendizado.
Não acredito que um professor desconectado do mundo e da sua comunidade esteja preparado para o desafio que temos: continuar a fazer a escola necessária e significante para os novos alunos.
Apesar de o professor continuar indispensável no processo ensino-aprendizagem, seu papel mudou. Temos nas escolas três tipos de professores:
- O que não quer mudar e se orgulha de continuar ensinando o mesmo conteúdo com a mesma metodologia a mais de 20 anos;
- O que tem consciência que está ultrapassado e espera que a Secretaria de Educação e sua escola o ajude a mudar e;
- O professor que não espera e já ensaia alguma mudança por conta própria.
O que temos hoje, na maioria das nossas escolas, são professores com deficiências até para repassar seus conhecimentos, imagine usar as novas tecnologias em benefício de um alunado conectado com o mundo. Culpa deles? Em parte. São culpados os que, mesmo sabedores de sua deficiência, se acomodam e não procuram atualizar-se.
Todos somos vítimas de uma péssima universidade. Assim como nossas escolas de ensino fundamental e médio, são deficientes e não mudam. Mudar exige nova forma de pensar, planejar e agir. Essa mudança dar muito trabalho e a maioria prefere continuar como está.
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