terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Má gestão compromete projeto da Escola Manoel de Barros

Aceitei o desafio do Secretário Municipal de Educação e do Desporto, Marcos Antonio de Sousa, para elaborar um projeto com o objetivo de premiar os treze melhores alunos de 2009 da Escola Manoel de Barros intitulado Premiando o Mérito.

Diante do caos que domina a escola por falta de uma diretriz que oriente o trabalho pedagógico da escola, resolvi ampliar o projeto e transformá-lo num instrumento catalisador do processo de mudança. Após sua elaboração fizemos apresentações para o secretário, direção, supervisão, professores, pais e alunos, que foi aprovado por maioria absoluta. Além de premiar os melhores alunos, o projeto tem os seguintes objetivos:
  1. Incentivar o bom desempenho dos alunos do Ensino Fundamental Maior (6º ao 9º Ano);
  2. Promover a excelência através da distinção dos melhores exemplos como alvo de reconhecimento e valorização por parte da comunidade escolar;
  3. Reduzir o índice de evasão e reprovação;
  4. Desenvolver nos alunos o senso de competitividade;
  5. Elevar a auto-estima dos alunos;
  6. Motivar os pais de alunos no acompanhamento dos seus filhos;
  7. Diagnosticar o nível de desempenho dos alunos nas disciplinas de Matemática, Língua Portuguesa, Ciências, Inglês, Historia e Geografia;
  8. Contribuir, efetivamente, para a elaboração de uma política de intervenção pedagógica capaz de promover o avanço dos alunos que não atinjam o nível esperado para cada série;
  9. Melhorar o Ranking do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) da escola;
  10. Desenvolver uma metodologia de planejamento, acompanhamento e avaliação do desempenho dos alunos;
  11. Fornecer subsídios para a elaboração de políticas educacionais com base nos resultados estatísticos obtidos pelo projeto;
  12. Avaliar o trabalho dos professores, supervisores e direção da escola;
  13. Fomentar uma metodologia avaliativa inclusiva na escola objetivando diagnosticar e não reprovar os alunos;
  14. Conscientizar os educadores da importância do processo avaliativo para reorientar sua prática pedagógica durante o percurso letivo.
Após realização da primeira prova, no total de três, fizemos uma avaliação e constatamos as seguintes falhas:
  1. Das treze bicicletas e o computador destinados como prêmios aos melhores alunos, somente o último está exposto na escola.
  2. Direção e supervisão desarticulados e pouco comprometidos com o projeto;
  3. Elaboração e confecção das provas na última hora; e
  4. Maioria dos professores não assumiu o projeto como sendo da escola, mas de uma única pessoa.
Mesmo com os problemas detectados e não solucionados até o presente momento, podemos considerar como avanços:
  1. A realização de um único planejamento por disciplina, série e turno;
  2. Aproximação dos professores entre turnos;
  3. Aplicação de provas iguais para mesma disciplina, série e turno;
  4. Marcou nos professor a necessidade e compromisso de seguirem uma mesma linha de trabalho;
  5. Facilitou a avaliação do trabalho do Secretário de Educação, direção da escola, supervisão e professores;
  6. Os alunos passaram a serem avaliados em igualdade de condições; e
  7. A média dos alunos ficaram entre igual a melhor em relação à metodologia de avaliação usada anteriormente (trabalho, teste e prova).
O que foi conquistado na primeira fase do projeto está sendo perdido pelo desinteresse de quem deveria defendê-lo como o início de uma mudança necessária e urgente para a escola.

O principal propósito deste projeto é dar uma formatação no processo de planejamento, avaliação e acompanhamento das atividades pedagógicas desenvolvidas pela escola, no entanto, poucos estão comprometidos com algum tipo de mudança. Com isso, continuaremos sem rumo.

Diante de tudo o que já vivi naquela escola, acredito que criamos, na proposta do Plano de Carreira do Magistério, uma armadilha para os professores que serão remunerados pelo seu desempenho. A educação é feita por uma equipe e não por professores isolados e desamparados de todo tipo de apoio.

Não tenho dúvidas que seremos os únicos prejudicados pela avaliação, pois os demais são cargos com gratificações ou comissão que independente de sua avaliação estão com suas vantagens asseguradas.

Depois a culpa pelos vergonhosos resultados é do professor. Essa eu não aceitava, muito menos agora.

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