Trabalho dos professores de Educação Física do Manoel de Barros é precário

Que a nossa educação é a pior do Brasil, todos sabem. Que atividade esportiva na escola contribui na diminuição da repetência escolar, todos sabem. Mas, o que temos visto na escola Manoel de Barros é total desarticulação da equipe de professores de Educação Física com os propósitos de uma educação inclusiva pelo esporte.

Por falta de metas claras para a equipe de professores, estes estão totalmente deslocados da escola. Assim, na maioria das vezes, se eximem de atuar nas atividades que envolvem o processo de Educação Escolar. A maioria deles se posiciona à parte do processo de formação escolar e pior, a direção da escola os considera assim e acham isso normal. A comprovação é que não assinam livro de ponto como os demais.

Diante do desafio de reconstruir o papel da disciplina na escola e contribuir ativamente com o projeto mais amplo da Educação Escolar, a atuação do professor de Educação Física abarca grande responsabilidade, pois sua prática pedagógica deve ser coerente com os objetivos da escola, que giram em torno da aprendizagem relevante dos alunos nos seus mais variados campos de saberes do conhecimento. Porém, é importante destacar que o professor ao se comprometer com o seu trabalho na perspectiva de promover um ensino significativo para seus alunos, também está contribuindo com a sua formação.

É necessário o seu envolvimento com o todo da escola. Além disso, precisa se fazer presente e participando ativamente na tomada de decisões da escola para se atingir as metas estabelecidas no Projeto Político Pedagógico.

A participação ativa de todos os membros do processo formativo é uma característica de um modelo de Gestão Democrática. Modelo este que, não vem sendo desenvolvido na prática cotidiana na maioria das nossas escolas.

Dos raros eventos realizados pelo Manoel de Barros, um dos poucos que consegue motivar os alunos é o esportivo, principalmente competitivo. Contudo, este poder de mobilização não está sendo bem direcionado, ao passo que os professores das outras disciplinas têm que padecerem sozinhos na obrigação de fazerem milagres pelos outros.

Na comemoração do dia do estudante o que vimos foi grupos de meninos tentando jogar futsal e outro grupo de meninas brincando de queimado. Ao ver aquelas meninas brincando de queimado, habilidade adquirida na infância, ficou a impressão que pouco está sendo feito pelo esporte na escola. Para uma equipe de 05 professores se espera algo mais. É inadmissível que uma escola com mais de 2000 alunos não tenha, pelo menos, uma equipe competitiva que represente nossa escola.

Faz muito tempo que venho criticando as direções da escola pela má condução da equipe de professores quanto a falta de um planejamento e integração de suas atividades com a escola. O que temos é um grupo de pessoas que não visitam a escola, com exceção de um deles que faz um trabalho isolado e por causa disso com resultados abaixo do esperado.

Apesar da equipe está dividida por modalidade (futsal, handebol, atletismo e voleibol), não temos nenhuma equipe competitiva das referidas modalidades. Os recursos são escassos, mas o pouco que temos na escola é suficiente para se desenvolver um trabalho mais expressivo.

Diante de tudo isso, quem tem menos culpa são os professores. Peca mais a Secretaria de Educação e a direção da escola que não têm a mesma exigência e direcionamento como tem com os demais professores. Na pior das hipóteses, a escola deveria realizar, pelo menos, um campeonato por bimestre. Depois ficam buscando motivos pelo alto índice de evasão escolas e péssimo desempenho dos alunos.

Enquanto os demais professores são observados por quatro "Coordenadores Pedagógicos" por turno, os nomes da equipe de esporte não constam no livro de ponto.