Presenciei nesta terça feira (11/11/2008), na escola Manoel de Barros, o desespero de uma mãe com sua filha e aluna da escola por causa das freqüentes faltas à escola. Desde o início do 4º bimestre (quase um mês de aulas) que a aluna saia de casa e não comparecia às aulas. Preocupada com a situação, a supervisora Erinalda tomou a iniciativa de telefonar para a mãe avisando que a aluna não estava faltando à escola e com essa notícia a mãe entrou
Infelizmente essa triste realidade não é um caso isolado. Muitos alunos e alunas estão saindo de casa para ir à escola, mas não estão comparecendo às aulas. Os colegas de classe nos informam que os faltosos ficam perambulando nas ruas da cidade e muitas das meninas em locais duvidosos. Há informações na escola de que há casos de pessoas alugando casas afastadas do centro da cidade para servir de locais para encontros com adolescentes. Onde está o Conselho Tutelar que não ver a situação de risco que nossas crianças e adolescente estão sendo submetidas?
No período de provas, que dura mais de uma semana, os alunos ficam na escola no máximo uma hora e o restante do tempo (quatro horas) ficam fora da escola. A situação é mais preocupante no turno vespertino porque a maioria dos alunos são da zona rural e como o transporte escolar tem que esperar os alunos da Escola João de Abreu, ficam até as 17:00 horas perambulando nas ruas, nas Lan Houses e praça.
Propomos à escola a realização das provas no horário normal de aulas, mas não tivemos aprovação da maioria dos colegas professores e da direção. Como essa proposta não foi aceita, sugerimos que depois das provas a escola usasse as duas salas de vídeos para expor vídeos para os alunos, o que a direção colocou é que não tinha funcionário para acompanhar os alunos sendo que nos três turnos há uma pessoa lotada na escola exclusivamente para trabalhar com a sala de vídeo.
Todos os dias vemos notícias de denúncias de casos de pedofilia no Brasil. Quem garante que nossas crianças e adolescentes não estão submetidos a esse grande mal da humanidade?
Quando os pais deixam seus filhos na escola é dever dessa protegê-los. Caso algo aconteça com um aluno(a) no horário da aula a escola poderá ser responsabilizada, mas como a Lei não é cumprida ninguém se preocupa com o problema. A escola tem um vigia por turno para evitar o acesso de qualquer pessoa nas suas dependências, no entanto os portões ficam abertos e o vigia não tem critérios para o acesso de pessoas estranhas nas dependências da escola. Qualquer um entra e sai na hora que quiser sem nenhuma interferência. Essa falta de controle propicia o contato freqüente dos nossos alunos com pessoas que ficam no entorno da escola.
Não quero jogar toda responsabilidade na escola pelos problemas sociais que ela está inserida, mas ela deve fazer sua parte e não se omitir como está fazendo. Os Conselheiros Tutelares, que deveria frequentemente visitar a escola, não aparecem nem quando são solicitados?
A situação dessa mãe desesperada e de muitas que não sabem o que seus filhos estão fazendo fora da escola, poderia ser amenizada se ela tivesse acesso ao Boletim Escolar.
Esse Boletim é um esforço dos professores e funcionários envolvidos e tem o objetivo de bimestralmente informa aos pais o número de faltas e médias por disciplinas dos seus filhos. O que a escola deveria se vangloriar por ter implantado um sistema que nenhuma escola conseguiu fazer até hoje, não dar o devido valor. A prova disso é que os pais da zona urbana não receberam o Boletim do 1º e 2º bimestres. Já terminamos o terceiro bimestre a mais de 25 dias e até o momento a direção da escola nem fala em entregar o Boletim com os resultados do 1º, 2º e 3º bimestres.
Os pais dos alunos não têm como está todos os dias ou semana na escola e o Boletim Escolar é um recurso que ameniza essa ausência dos pais. Sabemos que muitos deles não estão preocupados com a educação de seus filhos, mas esses representam a minoria e não acredito que um pai ou mãe sabendo que seu filho ou filha está mal na escola ou não está freqüentando à escola não busque saber o que está acontecendo.
Temos um Conselho Escolar que foi criado com o objetivo de tentar realizar uma gestão compartilhada com a direção, mas infelizmente não funciona. Fui eleito pelos colegas professores da escola para representá-los, mas depois de duas tentativas de continuidade desisti porque percebi que nada acontecia.
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