segunda-feira, 12 de novembro de 2007

De quem é a responsabilidade pela educação ruim?


NOVA ESCOLA e Ibope entrevistaram professores de redes públicas de todo o país e concluíram: eles amam a profissão, mas só 21% estão satisfeitos com ela. E, apesar de classificarem a formação inicial como excelente, reconhecem não estar preparados para a realidade da sala de aula. Analisando os números ao lado, podemos perceber que 77% dos professores têm uma visão de que os pais são os principais responsáveis pelos problemas da sala de aula que neste caso supõe-se que sejam: indisciplina, desatenção com os conteúdos repassados para o aluno e desvalorização do conhecimento. Ou seja, têm uma concepção de que nossos alunos têm origem de uma família ideal.
Temos que entender que nossos alunos têm origens em famílias de pais analfabetos, que trabalham o dia todo, em função da necessidade de sobrevivência colocam seus filhos cedo para trabalhar e ajudar na renda em casa, muitos os pais são separados e com isso o acompanhamento na educação dos filhos não acontece.
Com relação à desmotivação dos alunos, além da ausência dos pais, à escola não é atraente. Todos os dias os professores de sua escola apresentam os mesmos conteúdos de anos e com a mesma metodologia: escrever, explicar (quando acontece), exercícios, trabalhos avaliativos e provas. Nada de novo acontece. Não há um trabalho de incentivo a cultura, esporte e abordagem criativa de temas como sexualidade, drogas, gravidez na adolescência, AIDS, DST´s, etc. O que estamos observando são adolescentes com 12 a 14 anos engravidando precocemente e a escola fazendo vista grossas.
Com relação à falta de disciplina, 69% reclamam que os alunos são indisciplinados e não tem atenção com as aulas. A indisciplina e desatenção é conseqüência das aulas do tempo de D. Pedro I.
Para termos os pais como parceiros na educação dos seus filhos devemos criar condições para que eles possam visitar mais a escola e não só isso, nos ajudar de forma ativa. Como os pais não têm como estar mais presentes na escola, uma forma deles se informarem quanto à freqüência e rendimento na aprendizagem é a implantação do Boletim Escola. Já propomos várias vezes e as direções escolares, até o momento, não demonstraram interesse. Por mais ausente que um pai seja com seu filho(a) na escola, duvido que a maioria absoluta não visite a escola quando o boletim escolar retratar um alto número de faltas e médias baixas. Como os pais de nossos alunos, em sua maioria, não possuem nem o primeiro grau incompleto, a escola poderia oferecer mensalmente ou bimestralmente oficinas sobre temas como sexualidade, drogas, DST´s, AIDS, gravidez na adolescência entre, outros temas.
Já no que se refere à indisciplina e falta de atenção, devemos rever conteúdos, metodologia, avaliação e integrar às disciplinas normais do dia-dia, o esportes, a cultura e a integração das novas tecnologias no processo de ensino.
Não adianta ficarmos culpando os pais e os alunos se a escola não está fazendo seu papel corretamente. Sabemos da dedicação de muitos de nossos professores, mas só a vontade não irá resolver o grave problema da qualidade da educação em nosso município. Para isso é necessário e urgente que a Secretaria de Educação do município de Baraúna pare e analise os números vergonhosos da educação do município e passe a agir logo. Dando início com uma avaliação dos número já existentes do governo federal; complementar esses números com outras informações; elaborar um plano de ação para o curto, médio e longo prazo com a participação dos professores, pais, alunos, funcionários e principalmente saber escolher pessoas competentes e comprometidas com a mudança. Até que é aceitável que se use do clientelismo em outras áreas do desenvolvimento de uma nação, menos na educação. Pois estamos tratando do nosso futuro.

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