O comentarista econômico Joelmir Beting, da TV Bandeirantes, fez uma citação verdadeira em relação à Revolução na Educação, tão propagada por um candidato à Presidência da República e imitado por outros candidatos. Ele diz: É PRECISO REVOLUCIONAR NÃO SÓ A EDUCAÇÃO, MAS A MANEIRA COMO SE FAZ A EDUCAÇÃO.Concordo plenamente com esta afirmação, pois não adianta revolucionar a educação se as pessoas que nela estão também não revolucionarem sua maneira de agir e pensar em relação a ela. Muitas vezes mudamos os sistemas sem mudar a ação dos seus agentes, motivando o fracasso imediato da mudança proposta. Para quem atua na educação por mais de vinte anos tem uma sensação de que esta revolução passa por uma volta aos sistemas de ensino do passado, quando a educação funcionava plenamente. A revolução da educação na China e em outros países da América Latina foi necessariamente um alto investimento dos governos juntamente com uma rígida disciplina no funcionamento das escolas e universidades, importando cientistas nas diversas áreas do conhecimento humano, salários dignos aos professores e funcionários envolvidos nos sistemas educacionais. Somente impor a revolução educacional sem estes ingredientes é jogar dinheiro fora, como vem sendo feito há décadas no Brasil. Tudo passa pelos altos investimentos e alto controle dos gastos e disciplina no funcionamento do sistema, expulsando todos que estão na educação apenas como meio de ter um emprego, fazendo da escola um mero local de trabalho sem dar a importância devida que ela tem.Quem teve a oportunidade de ver como funcionava a escola na década de sessenta até fim da década de setenta e presencia o sistema educacional atual, fica escandalizado com o que convive, é uma lástima. Resumindo, pode-se afirmar que chegamos ao fundo do poço, a educação é um faz de conta, é uma farsa onde a maioria faz vista grossa em não querer assumir a decadência total da educação em várias regiões do Brasil, e não é só no Nordeste como querem uns. Há focos em todas as regiões, de Norte a Sul, de Leste a Oeste, na qual a educação passa por este vexame de sua falência total. Especificamente no Estado do Rio Grande o Norte, publicado em revistas e jornais, temos o pior índice na qualidade de ensino em todo o Brasil, motivado pela forma como os governantes, tanto municipal quanto estadual, conduzem o sistema educacional. Dinheiro tem, faltou responsabilidade e bom senso na condução do processo. Enquanto o sistema educacional do nosso Estado servir a grupos políticos, não sendo aplicada a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº. 9.394/97), em seus artigos 21 e 22, onde o principal objetivo da Educação Básica é assegurar aos brasileiros a formação comum indispensável para o exercício da cidadania e fornecer-lhes os meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores, assegurar autonomia às escolas, exigirem responsabilidade e disciplina de todos os envolvidos na educação, tudo não passará de balela, de enganação.A grande revolução da educação está em tirar o lado podre inserido dentro do seu contexto. Não adianta revolucionar com mais dinheiro, mudanças de currículos, aumentos de horários do funcionamento das escolas, importarem profissionais, cursos de atualizações e aperfeiçoamento, aumento e melhoria na sua estrutura física, fardamento escolar, qualidade na merenda escolar se deixar os bandidos e corruptos que regem a educação no mesmo lugar em que estão. Esta será a verdadeira Revolução do sistema educacional em nosso país.A educação, para ser revolucionada, vai precisar de pessoas com responsabilidade, compromisso, ética, moral, profissionalismo, dedicação, disciplina, respeito, participativa, sensibilidade e autonomia suficiente para impor as leis que regem a educação. A LDB, em muitos pontos, já é revolucionária, apesar de suas falhas. O problema maior são os governantes insensatos que não deixam as leis serem aplicadas por irem de encontro a seus interesses mais mesquinhos, tendo seguidores infiltrados em todo o sistema educacional.Atualmente o desrespeito à educação é grande, a situação crítica atinge a todos, precisando urgentemente de os governantes fazerem esta grande revolução que é afastar da educação aqueles que a utilizam somente em beneficio próprio, esquecendo a maioria necessitada que faz da educação um meio para vencer na vida.
William Pereira da Silva
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