sexta-feira, 2 de novembro de 2018

Sala de Aula Invertida - Modelo Pedagógico

A sala de aula invertida ou flipped classroom é uma metodologia ativa que ressignifica o papel do aluno, do professor e da aprendizagem. Coloca o aluno no centro do processo ensino aprendizagem, como protagonista e, promove o desenvolvimento de uma aprendizagem ativa, investigativa e 
colaborativa.

O professor promove aos alunos um processo de aprendizagem contínuo, que acontece em diferentes espaços e possibilita ampliar seus estudos, conhecimentos, e ainda desenvolver habilidades de comunicação, gestão e autonomia. Neste novo formato de ensinar e aprender, os educadores são mediadores da aprendizagem e não detentores do conhecimento. Esta nova proposta de aprendizagem propõe que o aluno antes da aula estude sobre uma temática específica, vindo desta maneira mais preparado, com questionamentos e inquietações que serão o ponto de partida para as discussões na sala de aula. A aula passa a ser dialógica e interativa, invertendo assim a transmissão de conhecimento usada no ensino tradicional, onde o aluno, como um ser passivo, escuta o professor, faz atividades e estuda em casa para a prova.

A sala de aula nesta nova abordagem abre espaços efetivos para a criação de uma rede cooperativa de alta interação, que possibilita o debate e a argumentação. Tendo em vista a interação e a dinâmica que envolve, a participação se manifesta como um processo ativo e não linear, a aula fica mais interessante para o aluno e a aprendizagem mais significativa.

O professor valoriza o aprendizado no ritmo de cada aluno, que pode aprender no seu próprio ritmo, tendo atenção mais individualizada do professor.

A implantação desta metodologia exige mudanças na prática do professor, na gestão e na dinâmica da sala de aula. O uso de tecnologias educacionais para acesso à informação, resolução de problemas e colaboração entre os alunos contribui significativamente para o processo da inversão da sala de aula.

Na sala de aula invertida professores qualificados são mais importantes do que nunca. São eles que devem definir o conteúdo, as instruções e traçar as estratégias de interação face a face. Durante a aula, devem observar e dar feedback, além de avaliar de forma contínua o trabalho do aluno.

Depois de dois anos usando a Sala de Aula Invertida no Ensino Fundamental II numa escola pública municipal aprendi algumas lições que divido com você professor(a).

1. Não se prenda a regras
Não existe uma fórmula para flippar aulas. Cabe ao professor desenvolver o método da melhor forma possível para que o conteúdo renda. Você pode inverter todas as aulas, intercalá-las com aulas normais ou “flippar” apenas uma no semestre. Sinta-se livre para experimentar. 

2. Não se acomode
Muita gente pensa que adotar o método de sala de aula invertida significa menos trabalho para o professor. Produzir o conteúdo para os alunos estudarem em casa sozinhos exige muito mais empenho do educador. Os materiais (vídeos, jogos ou textos) precisam ser muito mais claros, uma vez que os estudantes não terão a quem recorrer imediatamente para tirar dúvidas.

Outro mito a respeito da sala de aula invertida é o de que os professores preparam os conteúdos uma única vez e depois passam a repeti-los para as próximas turmas. A metodologia deve ser dinâmica. O professor precisa sentir como os estudantes respondem ao conteúdo preparado para aprimorá-lo cada vez mais.

3. Seja breve
Assim como se distraem em sala de aula, os alunos também não aguentam ficar muito tempo seguido sentados em frente ao computador em casa. Por isso, prepare vídeos curtos para passar os conteúdos. Pesquisas apontam que filmes com 5 a 8 minutos de duração são ideais.

Além disso, é importante fazer uma introdução no vídeo, recapitulando os principais tópicos que foram abordados nas últimas aulas, e uma conclusão, para ajudar os alunos a fixar os conceitos trabalhados no filme.

4. Valorize o encontro presencial
Na metodologia de sala de aula invertida, ainda mais importante do que produzir bom conteúdo para o aluno acessar em casa, é pensar em atividades que aproveitem cada segundo do encontro dos alunos com o professor em classe. Promova exercícios que estimulem a interação da turma e, também, que fortaleçam a relação dos estudantes com você, educador.

5. Tenha prudência
Toda novidade causa estranhamento. Portanto, na hora de propor a metodologia de sala de aula invertida a pais, alunos e direção, vá com calma. Prepare o “terreno”, argumente muito bem a respeito dos benefícios do novo método de ensino e trace um planejamento para ir introduzindo, aos poucos, o novo conceito na turma. Não espere adesão integral imediata, nem se desanime por isso.

6. Simplifique o método da sala de aula invertida
Na hora de preparar os conteúdos que os alunos acessarão em casa, apenas, não complique. Opte por aquelas tecnologias convencionais, que as pessoas já estão acostumadas a usar e cujas chances de dar problema são baixíssimas. Nunca escolha um formato de vídeo que exija que os alunos instalem no computador um programa para isso.

7. Proponha interação
Envolva o aluno durante às videoaulas. Converse com ele, peça para anotar algo ou faça uma pergunta. Se gravados de forma impessoal, os vídeos podem passar a sensação de passividade aos estudantes, desmotivando-os.

8. Tenha paciência
O conceito de sala de aula invertida é uma grande inovação educacional e, por isso, exige paciência de todas as pessoas envolvidas no processo. Todos ainda estão aprendendo a melhor forma de trabalhar com essa nova metodologia. Por isso, permita-se arriscar, errar, consertar, repensar, etc.

9. Mantenha sempre a mente aberta
Você precisa de um plano para começar a implantar o método de sala de aula invertida na turma. No entanto, não se feche para as inúmeras sugestões e possibilidades que vão aparecer durante essa nova caminhada educacional. Aceite críticas e ideias de todas as pessoas envolvidas no processo para que, juntos, possam chegar ao melhor resultado possível.

Conclusão
As tecnologias de hoje estão redefinindo as aulas de amanhã. A educação a distância está ajudando nessa transformação já que países e organizações estão cada vez mais se aproximando desse modelo de ensino.

Na medida em que mais alunos têm acesso a computadores e dispositivos móveis conectados à internet, mais oportunidades educativas e interativas se abrem para professores e alunos.

A modalidade representa uma forte influência na geração de conhecimento no país e no mundo, com perspectivas interessantes e positivas. 

Desta maneira, espera-se uma maior democratização do ensino a distância, bem como uma maior interação entre as diversas culturas quanto aos conhecimentos gerados.

Como, por exemplo, fóruns, chats, museus e laboratórios virtuais que favorecem as práticas de sala de aula invertida; estes últimos ampliando o acesso à educação superior de qualidade por um custo muito baixo ou mesmo nulo.

Também na educação superior o modelo de sala de aula invertida começa a ser muito popular devido à forma como propõe uma reorganização da instrução aluno a aluno, bem como gerencia de forma mais eficiente o tempo em sala de aula.

Mudar o que está sendo feito há tantas décadas exigirá uma mudança de postura não só de professores, mas também dos alunos. 

Os próximos anos devem ser marcados por um crescimento do compartilhamento de conteúdos, especificamente em relação ao EAD. 

Com a sala de aula invertida, o tempo de aula é otimizado, já que os alunos possuem conhecimento prévio da lição por meio do material fornecido com antecedência pelo professor. Com isso, a aula pode ser dedicada a aprofundar o tema e a desenvolver os assuntos mais importantes.

Mas inverter uma sala de aula é muito mais do que a simples distribuição de conteúdo com antecedência. Trata-se de uma abordagem abrangente que combina educação e novas tecnologias, priorizando princípios como pró-atividade, colaboração e aprendizagem contínua, entre outros.

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