quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Máquina de camisinhas chega às escolas públicas em 2011

Uma pesquisa encomendada à Unesco pelo governo, publicada em 2007, revelou a boa aceitação de pais, professores e alunos aos preservativos nas escolas. Embora alguns setores acreditem que este tipo de ação do programa Saúde e Prevenção nas Escolas (SPE) possa incentivar a prática sexual entre os alunos, a disponibilização do preservativo no ambiente escolar foi considerada “uma ideia legal” para 89,5% dos estudantes e 63% dos pais consultados. Apenas 5,1% dos alunos, 6,7% dos professores e 12% dos pais pesquisados acham que essa “não é função da escola”.

Na avaliação do Ministério da Saúde, os números mostram que, quando a iniciativa é atrelada a um projeto pedagógico e há discussão com a comunidade escolar, a distribuição de camisinha nas escolas é bem aceita. “As máquinas são ferramentas para facilitar ainda mais o acesso do estudante à camisinha”, afirma Ellen.

O principal motivo alegado por 42,7% dos estudantes para não usar o preservativo é não tê-lo na hora “H” e 9,7% deles declararam que não têm dinheiro para comprá-lo. O estudo revelou que 44,7% dos estudantes têm vida sexual ativa. Em relação ao preservativo, 60,9% dos estudantes declaram ter usado na primeira relação sexual e 69,7% fizeram uso na última.

O provável hiato entre a distribuição gratuita e a garantia do uso não preocupa o governo. Segundo Ellen, o projeto aborda as necessidades coletivas dos jovens, não o controle individual. “Não fazemos pesquisa comportamental dentro da escola. Serão os indicadores de evasão escolar por gravidez, redução nas infecções sexuais que vão nos mostrar o sucesso ou fracasso de tal iniciativa (no caso, a máquina de camisinhas).”

Criar um mercado paralelo de venda de camisinhas ou permitir que tal contraceptivo seja usado de forma lúdica - como um brinquedo dentro do ambiente escolar - também não diminui as expectativas positivas do governo. “Não trabalhamos com hipóteses negativas. A ideia é progressista, positiva. Toda iniciativa corre risco de desvio. Debateremos isso quando acontecer.”

(Portal Aprendiz)

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