segunda-feira, 12 de julho de 2010

O dever de casa que não foi feito

Ao contrário de Baraúna-RN, promover atividades extra currículo foi o diferencial das escolas que obtiveram os melhores resultados no IDEB. Arte, esporte e o envolvimento comunitário foram o eixos cujas atividades foram desenvolvidas pelas escolas com maiores rendimentos no Ideb a . Veja o que elas fizeram e nós poderíamos ter feitos e não fizemos:

  • Desenvolveram atividades extra currículo como: oficinas de músicas, jogos de futebol, gravações de curtas-metragens, oficinas de cinema e pesquisas de campo;
  • Trouxeram a comunidade para participar;
  • Investiram em capacitação. Mais de 85% dos professores possuem mestrado ou doutorado;
  • Envolveram os alunos nas atividades da escola como manter uma biblioteca digital frequentada pelas pessoas de fora;
  • Articularam e concretizaram parcerias com universidades para desenvolverem projetos de iniciação científica e receber estagiários de licenciatura;
  • Ofereceram aulas de línguas em parceria com universidades;
  • Executaram projetos em parceria com a comunidade no combate a evasão escolar e de incentivo ao estudo e;
  • Desenvolveram projetos de conscientização ambiental, campanha contra dengue e apresentação de teatro e cinema para a comunidade.
As escolas que desenvolveram esse trabalho e conseguiram bons resultados na avaliação do Ministério da Educação foram:
  1. Colégio de Aplicação da Universidade Federal do Pernambuco. O colégio foi o primeiro colocado no Ideb para a segunda etapa do ensino fundamental, alcançando nota 8,0 em uma escala de zero a 10,0. A média nacional foi 4,0.
  2. Escola D. Pedro II (Rio de Janeiro). Segundo lugar no Ideb do 6º ao 9º Ano, alcançando 7,6 pontos.
  3. Escola Estadual Oscar Batista do município carioca de Cambuci, conquistou o terceiro lugar no Ideb com nota 7,4.
Fizemos algo parecido para merecermos a pontuação obtida no Ideb de 2009? Não fizemos porque não temos bons projetos ou porque dá trabalho e isso iria contra a vontade de uma minoria de pessoas sem o mínimo interesse de mudar absolutamente nada?

Com o intuito de colaborar com a qualidade do ensino da Escola Manoel de Barros propomos vários projetos e poucos foram implantados. Os poucos em andamento estão sendo conduzidos com muita dificuldade por falta de um apoio mais efetivo. São eles:
  • Ficha de Comunicação do Aluno Infrequente (FICAI) - em execução
  • Diário de Classe Eletrônico - em execução, mas com ressalvas por parte da Secretaria de Educação
  • Informatização da Secretaria da Escola - iniciada e parado
  • Premiando o Mérito - iniciado e rejeitado pela escola
  • Minha Escola tem História - em execução
  • Educar pelo e para o esporte - em fase de projeto
  • Clube do Xadrez - iniciado e parado
  • Educação e Voluntariado pela Vida - em execução
  • Sistema de Avaliação e Emissão do Boletim Escolar - iniciado e rejeitado pela Secretaria de Educação

Logo, não faltam projetos, mas vontade política para mudarmos o caos instalado na nossa educação. Esses são apenas alguns projetos. Muitos professores até ensaiam desenvolver algum projeto com seus alunos, mas desistem por falta de um apoio mais efetivo, principalmente da supervisão da escola.

Enquanto a educação de Baraúna e seus recursos forem administrados para uma minoria de pessoas que tem no salário o único objetivo profissional continuaremos a colhendo maus frutos.

Como o principal responsável pela resolução do problema, o poder público tem no Plano de Carreira do Magistério o seu principal instrumento capaz de reverter a situação, mas não o faz porque mexe com muitos interesses.

A impressão que fica é de um aluno relapso que foi aprovado direto no final do ano. Se essa analogia faz sentido, que motivação os professores terão para fazer um trabalho diferenciado se não fazer nada também dá ótimos resultados?

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