O coordenador-geral da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Daniel Cara, disse nesta quinta (1) que a parceria entre os municípios e a União é um dos grandes pontos responsáveis pelo crescimento do Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) de 2009. Segundo ele, o índice é muito importante, mas ainda é insuficiente para melhorar a qualidade do ensino no país.
“A parceria entre a União e os municípios é a que mais contribui para um melhor nível nesse setor do ensino público. Além disso, as séries iniciais do ensino fundamental são as que mais recebem matrículas e profissionais.”
Na tarde de hoje, o Ministério da Educação (MEC) divulgou os dados nacionais que mostram que o índice subiu de 4,2 em 2007 para 4,6 no ano passado, superando em 0,4 a meta prevista (4,2).
Em entrevista à Agência Brasil, Cara disse que para melhorar a qualidade da educação no país é preciso superar algumas questões. “Não é possível dar um salto nos índices sem antes melhorar o salário dos professores, sem ter acesso contínuo à internet e sem valorizar de alguma forma a profissão da educação”.
Cara aponta essas carências como um dos motivos para os baixos índices do ensino médio, que apesar de ter ficado na média, foi a área que apontou menor crescimento.
“O problema do ensino médio é que ele tem uma alta taxa de evasão e o Ideb é sensível a esse fenômeno. O que tem que acontecer é uma igual parceria entre ele [governo federal] e o Estado, como ocorre ente o ensino fundamental e os municípios. Dessa forma, os índices ficarão mais equilibrados. As prioridades devem ser as mesmas”, disse Cara.
Para o presidente-executivo do Movimento Todos Pela Educação, Mozart Neves, é necessário trabalhar para que o ritmo de crescimento do Ideb não pare. “Cada degrau é mais difícil que o anterior. É preciso acelerar o ritmo e continuar com esse esforço para atingir a meta de 2022 de 6 pontos. Se foi difícil subir de 4,2 para 4,6 será ainda mais difícil chegar a 4,8 ou mais”.
Em entrevista à Agência Brasil, por telefone, Neves explicou que o Ideb foi uma estratégia nova de pensar a educação no Brasil porque incentivou escolas e municípios a adotarem métodos diferenciados para alcançar a qualidade. “Os números de hoje mostram que os municípios fizeram o dever de casa que os governos não fizeram anteriormente.”
(Portal Aprendiz/UOL)
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