O senador Cristovam Buarque (PDT-DF) propôs em discurso nesta segunda-feira (12) que os autores de novela de televisão procurem, "de alguma forma", incentivar a educação e passar a idéia de que não é só "graças ao dinheiro ou à beleza física" que as pessoas "vencem na vida" ou são reconhecidas. Ele lamentou nossas novelas só mostrem que são bem sucedidos os jovens "mais espertos ou mais sarados", ou seja, têm corpo bonito, moldado em academias de ginástica.
Cristovam informou que já fez essa sugestão no passado, sem sucesso. Disse que até entende a posição dos autores de novela, pois "infelizmente os brasileiros acham que as pessoas cultas são chatas ou até pedantes". Por isso, ponderou, as novelas teriam de incentivar a educação "de forma sutil, inteligente, ou então soaria como algo demagógico".
O senador aplaudiu o empresário Emílio Odebrecht, que assinou artigo neste domingo (11), no jornal Folha de S. Paulo, onde sustenta que a influência das novelas brasileiras tem sido mais benéfica do que maléfica em relação aos costumes. O empresário sugere que os autores de novela usem o meio para reforçar no ideário dos brasileiros "a crença no trabalho duro e honesto como forma de ascensão social".
Cristovam Buarque lamentou ainda que nas escolas públicas de praticamente todo o país faltem professores de ciências (química e física) no ensino médio, como mostrou, também neste domingo, o programa Fantástico, da Rede Globo. Para ele, em qualquer país onde a educação "é levada a sério pelo governo", haveria no dia seguinte "socos na mesa" e "pedidos de explicações" sobre o problema.
Infelizmente, a reportagem não tem necessária repercussão, apesar da gravidade do que foi mostrado, com alunos revoltados dizendo que só apareceu professor de química ou física no final do semestre - constatou o senador do Distrito Federal.
(Agência Senado)
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