O brasileiro acha que a qualidade do ensino básico público no país aumentou em quatro anos, mas a preocupação com a segurança nas escolas também cresceu. Mesmo assim, educação é considerada uma das áreas mais problemáticas do Brasil. Essa é a conclusão de uma pesquisa feita pelo Ibope e divulgada pelo movimento Todos pela Educação nesta quarta-feira (9).
De acordo com o levantamento, 34% dos entrevistados consideraram a educação básica pública brasileira ótima ou boa neste ano, contra 25% em 2006. O índice dos que julgaram como regular caiu de 45% há quatro anos para 44% em 2010 (dentro da margem de erro, de 2 pontos percentuais para mais ou para menos). O total de ruim/péssimo desceu de 28% para 21% no período.
Apesar da percepção de que o ensino no país melhorou, os pesquisados dizem que a educação básica é a terceira área mais problemática no país (com 27% das escolhas) –somente atrás de saúde (66%) e segurança pública (42%)–, junto, na margem de erro, com drogas (29%) e empregos (29%).
Já a segurança nas escolas foi apontada por 46% como um dos pontos fracos do ensino básico do Brasil, índice igual ao do salário dos professores. Como pontos fortes, estão merenda (29% aprovam), número de escolas/vagas (25%) e material didático (25%).
Para Fernando Abrucio, cientista político e professor da FGV (Fundação Getúlio Vargas), começou a aumentar a percepção da população em relação à qualidade de ensino. “É um aumento muito paulatino, muito incremental, que está acontecendo. A maior preocupação das famílias mais pobres ainda não é com a qualidade, ainda que esteja aumentando, mas que seus filhos estejam lá com boas condições de infraestrutura e segurança”, diz.
Os pesquisadores perguntaram qual nota, em uma escala de 0 a 5, os entrevistados dariam para o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas educações superior e básica. Para a primeira, a menção média foi 2,9; para a segunda, 2,8.
Os números mudam quando são feitos recortes. No Sudeste, por exemplo, a nota do ensino superior cai para 2,6 e a do básico, para 2,5. Já entre os pais que têm filhos estudando em escolas públicas, o número sobe ligeiramente para 3 no superior e 2,9 no básico.
Segundo Abrucio, esses números se explicam pelas características regionais. “No Sul, a rede de ensino tem qualidade tradicionalmente melhor. No Nordeste, comparado com o que era antes, está melhor. No Sudeste, há um público bastante exigente e escolas particulares muito competitivas”, afirma.
Para 28% dos entrevistados, a educação básica deve merecer atenção especial do próximo presidente da República. O tema está atrás de saúde (63%), segurança pública (39%) e empregos (33%). Entre todos, ele foi o que teve o segundo maior aumento no índice entre 2006 e 2010, com crescimento de 13 pontos percentuais (saúde lidera o ranking, com aumento de 20 pontos no período).
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