Rio de Janeiro - A antropóloga Alba Zaluar, coordenadora do Núcleo de Pesquisas das Violências da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), avalia que o comportamento desrespeitoso de alunos em relação aos professores nas escolas públicas do Rio de Janeiro é consequência da desvalorização da profissão.
Segundo ela, as situações de uso da ironia, de desacato e de agressões verbais, às vezes físicas, também têm ligação com uma mudança na cultura jovem, que, com o passar dos anos, está cada vez mais desafiadora. “Estamos vivendo uma crise das figuras de autoridades.”
Para a pesquisadora, que atua nas áreas de antropologia urbana e da violência, o problema pode estar relacionado também à aproximação do tráfico de drogas das escolas. Os conflitos de quadrilhas são levados para dentro dos colégios, incitando, assim, as rivalidades diante dos professores que, por sua vez, não conseguem mais exercer a autoridade com os jovens.
Alba Zaluar criticou a falta de estatísticas oficiais para subsidiar o trabalho dos pesquisadores. “Não temos como acompanhar se está realmente havendo um aumento dos casos de violência nas escolas porque o Poder Público não nos oferece dados oficiais”.
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