Um dos mais famosos cineastas brasileiros, Cacá Diegues nunca estudou pedagogia, mas acaba de mostrar, aos 70 anos de idade, como se ensina o prazer de aprender e, ao mesmo tempo, como combater a violência. Sua experiência se chama "5xFavela" - as imagens e o detalhamento estão no www.catracalivre.com.br. É algo que deveria ser acompanhado por todos os governantes preocupados com educação.
Ele chamou centenas de jovens dos morros do Rio para produzirem cinco histórias sobre as favelas. Participaram não só como autores, mas da criação do argumento, do roteiro, da fotografia, cenário, figurino, num processo colaborativo, no qual Cacá Diegues foi uma espécie de facilitador.
O resultado é extraordinário, e por isso, acaba de ser selecionado para o festival de Cannes.
Quanto mais se gerarem, dentro e fora das escolas, chances para os jovens se expressarem e produzirem, tornando-se autores nas mais diversas áreas do conhecimento, haverá menos violência e mais prazer de aprendizado.
É preciso ser muito desinformado para imaginar que, na era da interatividade, jovens vão conseguir aprender sentados numa sala de aula, vendo uma lousa. Mas, infelizmente é o que a escola tem reproduzido desde os Jesuítas. De quem é a culpa? Em minha opinião do poder público que não investe na capacitação e dos próprios professores que não exigem dos governantes.
No caso de Baraúna, foi colocado na Plano de Carreira do Magistério remuneração horizontal (mudança de letra) condicionado a avaliação de desempenho e por incrível que pareça os critérios ainda não foram elaborados. Professores fiquem atentos - pois estes critérios podem estar sendo elaborados sem nossa participação, direito este garantido no Plano.
Mesmo não esperando nada de melhoria deste governo, mas motivado pelo compromisso que tenho com meus alunos, que não têm nada a ver com esse descaso, estou tentando fazer a diferença dentro do possível. Neste sentido estou desenvolvendo projetos interdisciplinares com os alunos do 9º Ano Matutino. Os projetos têm como objetivo principal desenvolver o protagonismo dos alunos no processo de aprendizagem e garanto que os resultados tem sido animadores quanto ao interesse e motivação deles.
Projetos desenvolvidos pelos alunos com nossa coordenação:
- Minha Escola tem História: este projeto tem o objetivo de contar por meio de fotografias e documentos a história da Escola Manoel de Barros.
- Do Giz ao Pixel: este projeto tem o intuito de usar câmera fotográfica e celular dos próprios alunos para produzir vídeos que retrate o cotidiano deles. Após finalização destes vídeos criaremos um site para serem publicados e assistidos por todos.
- Palestras Educativas: a escola tem se preocupado tão e somente a repassar conteúdos sem significância na ótica dos alunos. Buscando sair dessa mesmice os alunos estão realizando na escola palestras sobre Drogas na Adolescência, Gravidez na Adolescência, Bullying, Estatuto da Criança e do Adolescente, etc.
- Rádio: esta projeto está em execução desde 2009, mas está precisando de alguns ajustes. A grande dificuldade que temos enfrentado com o projeto é a composição do grupo, formado por alunos ainda muito novos para o grau de complexidade do projeto.
Os quatro projetos estão em processo de execução. Vale salientar que o diretor da escola Manoel de Barros, até o momento, tem se mostrado receptível à iniciativa dos alunos. Esse apoio é de suma importância para o sucesso dos projetos.
Em conversa com os professores que já participara com seus alunos da palestra sobre Drogas na Adolescência, parabenizaram os alunos quanto à segurança na apresentação, qualidade do material produzido e na firmeza na condução da turma.
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