As escolas de Baraúna são espaços predominados pela mediocridade de ideias, falta de projetos inovadores do ponto de vista de significância de conteúdo, gestão com ênfase nas questões de cunho administrativo em desacordo com o pedagógico, atraso tecnológico, ensino descontextualizado com a realidade local e global, improvisação, valorização da incompetência e privação dos que desejam inovar em benefício de uma educação melhor.
Diante desse quadro adverso, era de se esperar maior apoio às pequenas iniciativas que possam contribuir com a melhoria do nosso péssimo ensino, entretanto, as raras iniciativas não encontram o apoio necessário para sua concretização, e pior, os professores que buscam implementar as referidas inovações são mal entendidos e perseguidos pela ignorância dos que não querem mudar absolutamente nada, pois mudar dá muito trabalho. Em prejuízo à escola e de seus alunos, os espertos são mais valorizados do que o profissional comprometido e capacitado.
A escola é o ambiente ideal para se inovar e testar novas possibilidades, pois o erro é possível de ser corrigido e faz parte do processo de ensino e aprendizagem. Temos alunos que são ávidos por novidades, principalmente no manuseio das novas tecnologias da informação e comunicação, pois já nascem envolvidos com uma parafernália tecnológica como celular, televisão, DVD, máquina fotográfica digitai, filmadora digital, computador e internet (Pesquisa, Orkut, MSN, Blog, etc). Enquanto isso a maioria dos professores ainda está tentando aprender a utilizar o controle remoto do videocassete (já extinto) e ligar um computador.
A escola não pode mais ignorar essa realidade. A educação de nossos jovens não pode mais estar alheia ao novo contexto social, econômico e principalmente tecnológico. Insistimos em reproduzir um modelo ultrapassado (do século XIX) caracterizado pelas monótonas aulas expositivas; desprezo às possibilidades oferecidas pelas novas tecnologias; memorização e abstração dos conteúdos; avaliação pontual e repasse de conteúdos. O conteúdo está nos livros e na internet. Devemos, sim, capacitar os professores para serem articuladores das ferramentas já disponibilizadas na própria internet. Enquanto isso Baraúna insiste num modelo falido e que já provou para todos que não serve mais para os novos tempos.
Como professor da Escola Manoel de Barros venho procurando, à custa de muita teimosia, desenvolver projetos que possam incluir a escola no contexto globalizado através do desenvolvimento do Sistema de Avaliação e Planejamento do Ensino (Diário de Classe Eletrônico), o Sistema de Avaliação e Emissão do Boletim Escolar (Saebe), uma Rádio e a construção de um portal de internet para a escola. Além desses projetos que estão sendo desenvolvidos, apesar da enorme dificuldade de executá-los, estou planejando mais três projetos - um telejornal digital, um documentário e um projeto de fotografia com os alunos de 6º ao 9º ano.
No Podcast (Programa 03) publiquei um áudio sobre o processo de inovação que a escola Manoel de Barros passava com a implantação da rádio. Falei que mesmo sabendo da importância desse projeto, era consciente das enormes dificuldades que teria quando precisássemos contar com o apoio de outras pessoas na execução do mesmo. Não foi preciso ser adivinho para acertar na minha previsão. Com a pouca importância dada ao projeto, por parte da escola e secretaria de educação, muitos alunos estão desistindo do projeto por não acreditar mais que esta rádio irá ao ar.
Para acrescentar a inutilidade dada aos projetos desenvolvidos por nós, me pediram para assumir duas turmas de um professor que teve que se ausentar da sala de aula. Esse pedido só reforça o que eu já suspeitava. O trabalho que estamos realizando pela escola não tem importância alguma para os gestores e parte dos professores. Se os projetos tivessem alguma serventia para a escola, ao invés de me convidarem para assumir as aulas do colega, diga-se de passagem qualquer um poderia assumí-las, teria nos convidado para capacitar os colegas professores no desenvolvimento de projetos que venha contribuir com a melhoria do nosso ensino.
Enquanto isso há uma conivência com professores que não se lembram mais nem a cor da escola, visto que, não dão aulas em Baraúna, mas continuam ensinando em outros municípios. É dessa forma que vamos melhorar a educação de nosso município oferecendo mimos aos espertos e crucificando os que trabalham?
Enquanto isso há uma conivência com professores que não se lembram mais nem a cor da escola, visto que, não dão aulas em Baraúna, mas continuam ensinando em outros municípios. É dessa forma que vamos melhorar a educação de nosso município oferecendo mimos aos espertos e crucificando os que trabalham?
Qualquer pessoa, com o mínimo de sensibilidade e conectado ao mundo globalizado, apoiaria, e melhor, copiaria as boas ideias emergidas das escolas para o restante da rede de ensino a serviço da melhoria da péssima educação que estamos oferecendo às nossas crianças e juventude. Mas não, preferem continuar na mediocridade defendida por uma maioria de professores que não tem compromisso nem consigo mesmo. Um professor que não luta nem pela melhoria de vida da sua própria família, através de um melhor salário, está preocupado com a escola do seu filho?
Todo o trabalho desenvolvido no período de mais de dois anos estão sendo jogados no lixo em função da falta de compromisso com a mudança e por não ser compreendido por uma maioria que ainda está com a cabeça no século XIX. Somente o tempo irá nos revelar quem está correto e quem está errado.
5 comentários:
Não é por acaso que Baraúna tem a pior educação do pais. Lástima.
Caro colega, aqui reina a mediocridade... só são ouvidos aqueles que estão para bajular, pois esses não atrapalham. É uma pena não aproveitarem suas idéias... Mas não desanime!!! quem sabe aquele dito popular um dia vem funcionar: "água mole em pedra dura tanto ate até que fura".
É o que sempre tenho dito "Baraúna quem te usa não te ama" Os filhos desses forateiros não estudam aqui, eles não estão nem ai pra essa situação, mais quando vejo amigo, pessoas como vc que ainda tenta fazer esse povo acordar é que tenho esperança de que nem tudo estar perdido, q Deus te abençõe.
sou uma pessoa angustiada com essa situação lastimável, mas ainda há esperança! Caro colega, para haver mudanças reais precisamos de pessoas compromissadas, acho q vc tem esse perfil. Então, conto c vc nessa empreitada, já é um começo, tentar exclarecer às pessoas.Que continui tentando... a caminhada é difícil,mas n~e´impossível. Agarre a primeira oportunidade, sem bajular, vc é capaz!!!Um dia os mediocris caiem por terra, pois DEUS existe. Escrito por um novo fã seu, que leu suas angústias verdadeiras.
Caro professor é lastimável, mas seu discurso ocasionalmente tão coerente, não corresponde à prática. Certamente se conseguisse executar em salas de aula ideias tão ousadas, poderia não salvar a escola do abismo - mesmo não sendo DIRETOR como tanto sonha - mas teria uma prática pedagógica mais efetiva, honesta e digna, seu mau é querer aparecer demais e preocupar-se com os sem ética, porém adora um previlegiosinho..... não é mesmo?
Postar um comentário