sábado, 7 de março de 2009

Maioria dos professores da escola Manoel de Barros acha que os alunos não devem escolher sua farda.

Neste sábado (7/03/2009) aconteceu uma reunião na escola para o planejamento bimestral e na oportunidade o diretor da escola expôs para os professores sugestão de três modelos de fardas para os alunos. A farda dos alunos serve principalmente para que eles sejam identificados como aluno da escola, mas hoje a farda não tem mais essa função, pois temos no mínimo cinco modelos de farda diferentes na escola. Todo ano nova farda é adotada pela escola, ou seja, os alunos juntos parecem vários blocos de carnaval com seu abadá, sem falar que são fardas de péssima qualidade. Para piorar, a farda do ano passado tinha o logotipo da prefeitura e era tão transparente que as meninas precisavam usar um sutiã ou para quem não tinha, uma blusa.

Preocupado com essa situação, aproveitei a oportunidade da reunião para propor o seguinte:
selecionaríamos os alunos com facilidade de desenhar e pediríamos para eles criarem modelos de fardas e o Conselho da Escola selecionaria cinco dos melhores modelos e depois pediríamos aos pretendentes fornecedores que fabricassem um modelo de cada e depois esses modelos seriam expostos aos alunos e uma urna seria usada para receber os votos e ganharia o modelo mais votado. Resultado, com exceção do presidente do Conselho Escolar, nenhum professor foi a favor da proposta e pior, disseram que os alunos não deveriam ter o direito de escolher a própria farda, pois seriam muitas opiniões e isso causaria uma grande confusão.

Para esses professores os vendedores de "fardamento" é quem deve ter o direito de escolher a farda dos alunos. São esses absurdos que sustenta a triste e vergonhosa educação do município. Sou sabedor que só teremos alguma melhora no nosso sistema de ensino quando o quadro de professores do município tiver uma renovação em seu quadro. Até lá o que nos resta é esperar que a próxima geração seja beneficiada com um ensino oferecido por professores capacitados, ponderador do seu papel de professores mas, principalmente comprometidos com sua geração.

Afinal, o que podemos esperar do professor que não luta nem pela sua própria sobrevivência financeira (melhoria de salário)?

Esse fato pode parecer algo sem relevância, mas expõe as fragilidades de uma classe sem identidade, sem consciência de seu papel de formadores de cidadãos críticos e pensantes e não uma geração de pessoas incapazes, que abdica de suas conquistas para mendigar favores políticos e que não tem compromisso nenhum com a constituição de uma geração diferente da que estão formando. Para esse tipo de professor os alunos representam apenas o meio de justificar sua sobrevivência financeira.

A nosso favor tem o fato do professor ainda ser o principal agente de mudança numa escola, por isso deixo aqui minha preocupação com o futuro da geração que estamos buscando formar.

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