Todos, empresários, políticos, igrejas, movimentos sociais e sociedade civil são unânimes em afirmar que a educação é o remédio mais eficaz no combate as desigualdades sociais, mas na prática pouca coisa tem sido feita. Esse discurso sem ação concreta está levando á seguinte distorção entre alunos pobres e ricos.
Uma análise de microdados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios do IBGE aponta que os jovens que povoam a base da pirâmide de renda brasileira já são maioria nas faculdades privadas do país – onde eles ocupam 52% das vagas. Para obter um diploma, 66% dos alunos pobres pagam mensalidades. Por outro lado, os alunos egressos de colégios privados e famílias de alta renda são maioria nos bancos das universidades públicas, sobretudo nas carreiras mais disputadas.
Um levantamento recente produzido pelo Ministério da Educação (MEC) dimensionou com crueza essa distorção. Na medicina, os estudantes formados em escolas particulares respondem por 88% das matrículas nas universidades bancadas pelo estado. Na odontologia, eles são 80%. No geral, os alunos educados em colégios privados, uma elite que responde por minguados 15% das matrículas escolares, tornam-se classe dominante na universidade pública, com 58% das vagas. "Essa inversão é o principal obstáculo para a ampliação do número de universitários no Brasil", diz a educadora Maria Helena Guimarães de Castro. Apenas 20% dos jovens brasileiros freqüentam uma faculdade, porcentual modesto em comparação com outros países em desenvolvimento, como Chile (43%), Peru (32%) e Coréia do Sul (89%).
Existe um consenso entre os especialistas em torno da causa número 1 para a distorção que leva quase que exclusivamente os mais ricos às boas faculdades bancadas pelo estado. Ela é resultado de uma peneira que começa a atuar bem antes do vestibular, num sistema escolar que forma estudantes de duas classes: os mais razoáveis, egressos da escola particular, e aqueles que patinam num patamar entre o ruim e o péssimo, vindos da rede de ensino público. Segundo estudo conduzido pelo professor João Batista de Oliveira – que tomou como base a Prova Brasil, exame nacional aplicado às turmas de 4ª e 8ª séries do ensino fundamental, os estudantes de escola pública apresentam um atraso de quatro anos nos conteúdos exigidos para a série em que estão matriculados. "Só um milagre os faria passar num vestibular concorrido", conclui Oliveira. Sem estímulo acadêmico e muitas vezes forçados a trabalhar para contribuir com o orçamento familiar, eles engrossam as estatísticas da evasão e da repetência. Cerca de 32% dos alunos são reprovados na 1ª série do ensino fundamental, o pior índice de 48 países monitorados pela OCDE (organização que reúne os países mais industrializados).
O economista Claudio de Moura Castro diz que o Brasil tem o pior sistema universitário público: é caro e socialmente injusto. O custo de um universitário no Brasil está entre os mais altos do mundo – 10.400 dólares por ano, atrás dos Estados Unidos e da Suíça. A diferença entre o investimento por aluno no ensino fundamental e no ensino superior é de onze vezes. Chama atenção a desproporção. Por tudo isso, considera-se um despautério o investimento que o governo Lula fez ao criar dez universidades federais e 48 novos campi no curso de seu mandato. Pode até render voto, mas é a reprodução de um modelo que já deu provas de inoperância. Segundo estudo feito pelo especialista Ryon Braga, abrir uma nova vaga na universidade pública custa ao governo cinco vezes mais do que subsidiar um universitário numa faculdade particular, como já ocorre (ainda timidamente) por meio do ProUni, o programa federal que dá bolsas a 120 000 estudantes carentes.
Uma análise de microdados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios do IBGE aponta que os jovens que povoam a base da pirâmide de renda brasileira já são maioria nas faculdades privadas do país – onde eles ocupam 52% das vagas. Para obter um diploma, 66% dos alunos pobres pagam mensalidades. Por outro lado, os alunos egressos de colégios privados e famílias de alta renda são maioria nos bancos das universidades públicas, sobretudo nas carreiras mais disputadas.
Um levantamento recente produzido pelo Ministério da Educação (MEC) dimensionou com crueza essa distorção. Na medicina, os estudantes formados em escolas particulares respondem por 88% das matrículas nas universidades bancadas pelo estado. Na odontologia, eles são 80%. No geral, os alunos educados em colégios privados, uma elite que responde por minguados 15% das matrículas escolares, tornam-se classe dominante na universidade pública, com 58% das vagas. "Essa inversão é o principal obstáculo para a ampliação do número de universitários no Brasil", diz a educadora Maria Helena Guimarães de Castro. Apenas 20% dos jovens brasileiros freqüentam uma faculdade, porcentual modesto em comparação com outros países em desenvolvimento, como Chile (43%), Peru (32%) e Coréia do Sul (89%).
Existe um consenso entre os especialistas em torno da causa número 1 para a distorção que leva quase que exclusivamente os mais ricos às boas faculdades bancadas pelo estado. Ela é resultado de uma peneira que começa a atuar bem antes do vestibular, num sistema escolar que forma estudantes de duas classes: os mais razoáveis, egressos da escola particular, e aqueles que patinam num patamar entre o ruim e o péssimo, vindos da rede de ensino público. Segundo estudo conduzido pelo professor João Batista de Oliveira – que tomou como base a Prova Brasil, exame nacional aplicado às turmas de 4ª e 8ª séries do ensino fundamental, os estudantes de escola pública apresentam um atraso de quatro anos nos conteúdos exigidos para a série em que estão matriculados. "Só um milagre os faria passar num vestibular concorrido", conclui Oliveira. Sem estímulo acadêmico e muitas vezes forçados a trabalhar para contribuir com o orçamento familiar, eles engrossam as estatísticas da evasão e da repetência. Cerca de 32% dos alunos são reprovados na 1ª série do ensino fundamental, o pior índice de 48 países monitorados pela OCDE (organização que reúne os países mais industrializados).
O economista Claudio de Moura Castro diz que o Brasil tem o pior sistema universitário público: é caro e socialmente injusto. O custo de um universitário no Brasil está entre os mais altos do mundo – 10.400 dólares por ano, atrás dos Estados Unidos e da Suíça. A diferença entre o investimento por aluno no ensino fundamental e no ensino superior é de onze vezes. Chama atenção a desproporção. Por tudo isso, considera-se um despautério o investimento que o governo Lula fez ao criar dez universidades federais e 48 novos campi no curso de seu mandato. Pode até render voto, mas é a reprodução de um modelo que já deu provas de inoperância. Segundo estudo feito pelo especialista Ryon Braga, abrir uma nova vaga na universidade pública custa ao governo cinco vezes mais do que subsidiar um universitário numa faculdade particular, como já ocorre (ainda timidamente) por meio do ProUni, o programa federal que dá bolsas a 120 000 estudantes carentes.
Para entender melhor:
A chance de um aluno rico de escola particular do ensino médio vir a estudar numa universidade pública é oito vezes maior que a de um aluno pobre. A razão: A qualidade do ensino médio público é péssima.
No caso do ensino médio, 85% dos alunos estudam nas escolas públicas e a maioria é pobre.
Apenas 15 % dos alunos do ensino médio pagam escola particulares e a maioria é rica.
No caso do ensino superior, 58% dos alunos ricos estudam de graça em universidade públicas e 66% dos alunos pobres pagam para estudar em universidades particulares.
Como resolver essa questão?
1. Ampliar a jornada de estudos. Nos países que deu certo o período integral é de oito horas e no Brasil quatro horas.
1. Ampliar a jornada de estudos. Nos países que deu certo o período integral é de oito horas e no Brasil quatro horas.
2. Premiar os melhores professores. Nos países que deu certo os professores que conseguem os melhores resultados em sala de aula recebem os mais altos salários, segundo critérios e objetivos. No caso do Brasil optou-se pela isonomia salarial, ou seja, o bom e o mau professor recebem o mesmo salário.
3. Incentivar a participação familiar. Nos países que deu certo os pais foram incentivados a tornar parte da escola, inclusive nos finais de semana. No caso do Brasil, fica resumido a reuniões de pais e mestres, quando acontece e ao acontecer muito mal planejadas e conduzidas.
4. Capacitação dos diretores de escola em gestão.
5. Eleição direta para diretor e vice-diretor de escola.
6. Avaliação contínua dos índices de evasão e rendimento escolar.
7. Assegurar tempo para o professor avaliar, pesquisar e planejar suas aulas.
3 comentários:
Gostei das sugestões de como melhorar o ensino nas escolas públicas. Poderíamos sugeri-las também para nossa escola Manoel de Barros que encontra-se em estado deplorável.
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