Redes de Aprendizagem

O governo federal está investigando os exemplos de sucesso da escola pública com o objetivo de replicar esses bons exemplos para as demais escola do pais. Entre as iniciativa de sucesso temos a da escola de Alto Alegre do Pindaré (32 mil habitantes, interior do Maranhão).

A biblioteca da escola é transportada de um canto para o outro por um jegue guiado por alunos, professores e diretores. Os professores passam por avaliações e estão sujeitos a ter de freqüentar aulas de reforço. Um representante visita a casa do aluno que falta dois dias consecutivos para saber o motivo da ausência. Iniciativas como essas foram elencadas no estudo "Redes de aprendizagem - Boas práticas de municípios que garantem o direito de aprender", elaborado por uma parceria entre o Ministério da Educação, o Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) e a Undime (União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação). Após a identificação dessas boas iniciativas o próximo passo é divulgar as experiências bem sucedidas.

Entre os critérios de escolha estão a nota quatro no Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), que varia de um a dez, e o desempenho acima do esperado em relação a redes com condições socioeconômicas semelhantes. Apenas 103 dos 2.346 sistemas municipais passaram por esses dois filtros. Desses, 37 foram escolhidos de acordo com a representatividade "regional e populacional" e visitados por pesquisadores no final de 2007.

Durante o processo de identificação dessas redes de escolas foram ouvidos pais, alunos, professores, funcionários e dirigentes municipais.

Os técnicos identificaram fatores comuns nessas 37 redes, como: I) planejamento didático e pedagógico, II) olhar individual sobre o aluno, III) acesso à educação infantil (0 a 5 anos), IV) valorização da leitura, V) gestão participativa e ao mesmo tempo exigente, VI) avaliações dos profissionais, VII) integração entre as escolas da rede municipal e VII) valorização do professor.

A pesquisa comprovou que a formação do professor teve menos influência. Enquanto em Sud Mennucci (SP) 92% dos professores têm nível superior e em Sete Barras (251 km de SP) o índice chega a 100%, em Presidente Dutra (BA) eles tinham só o ensino médio completo. Já a valorização da leitura foi citada por 29 das 37 redes como fator de sucesso.

Trazendo para a realidade do município de Baraúna, essas iniciativas não serão fáceis de serem reproduzidas. Há algumas questões que precisam serem equacionadas antes de se tentar implantar um novo modelo. Para que haja qualquer iniciativa para a melhoria do ensino de Baraúna é indispensável vontade política; gestores capazes e comprometidos; valorização dos bons professores; inserção dos maus professores num plano de mudança do ensino; impedir o uso dos recursos da educação na sustentação dos privilégios dos maus profissionais; assegurar tempo para o professor pesquisar, planejar, avaliar e participar de projetos colaborativos com outros colegas e alunos e buscar integrar os pais à educação dos seus filhos. Sem a resolução dessas questões a possibilidade de insucesso é grande.

Muitos dizem que para resolver o problema dos maus profissionais é só colocar uma direção de pulso. Mas essa é uma visão curta da realidade da educação do município de Baraúna. Como um diretor de escola poderá exigir do professor que ele cumpra com o seu dever se acima da direção há uma hierarquia que defende e sustenta privilégios de profissionais incapazes e descomprometidos com a melhoria da educação do nosso município? O discurso está totalmente desvinculado da prática.