Pequenas ações de grande impacto

Na análise dos gastos com os recursos do Fundeb no mês de março de 2007 no município de Baraúna, concluímos que 32% dos profissionais da educação recebem horas adicionais e/ou gratificações, ou seja, de cada 3 pessoas 1 delas é beneficiada com as vantagens. No entanto a qualidade da educação não teve nenhuma melhoria, pelo contrário piorou. Mas onde está o erro?
Mesmo com o aumento dos benefícios não houve melhora porque essas vantagens não são conquistadas, mas usadas como moeda de troca para possíveis apoios políticos. Assim, o compromisso de quem é beneficiado não é com a educação, mas sim com a pessoa que lhe oferece a vantagem. Percebemos uma caracterização da utilização do recurso da educação para a valorização da ineficácia e falta de compromisso com a melhoria dos péssimos índices educacionais do município.

A quantia de R$ 42.133,84 foi o somatório das horas adicionais e gratificações com a folha dos 60% e 40%. Esse valor representa mais de 13% da folha de pagamento da educação. É preciso deixar claro que não somos contra aumento de salário para os profissionais da educação, mas sim do modo como esse dinheiro é utilizado.

Mas como esse dinheiro poderia ser melhor utilizado? Na valorização do professor, mas para isso ele precisa ser motivado com melhores salários, direção e supervisão comprometida com um projeto de mudança e um plano de valorização que preze pela eficiência e compromisso. Além dos professores, esse dinheiro pode ser usado para a premiação dos demais profissionais que estão comprometidos com um bom plano de melhoria dos nossos índices educacionais, com os pais que participam ativamente da educação do seu filho e com o aluno que obtenha os melhores resultados. Se assim fosse feito, sem dúvida esse dinheiro estaria cumprindo sua função. Mas para isso é necessário que todos (direção, professores, supervisão, pais e alunos) se comprometam a cumprir metas estabelecidas num plano de ação.

As metas para os professores poderiam ser menor evasão, maior aprovação no final do ano, participação nos projetos da escola e implementação de projetos extracurricular. A premiação poderia ser em forma de um 14° Salário, entrega de computadores conectados á internet, viagem com a família, pagamento de um curso de especialização ou mestrado, ou quem sabe até com uma promoção.

Para os pais poderia se definir algumas metas como maior participação nas reuniões da escola, ajuda nas lições de casa dos filhos, participação nas reuniões de conselho de escola e merenda escolar e maior número de visitas à escola. O reconhecimento da participação dos pais poderia ser feita com a distribuição de computadores conectados à internet, oferecimento de uma cesta básica durante um ano, viagens com a família, entrega de eletroeletrônico, etc.

Já com relação aos alunos com melhores notas e freqüência, poderia se premiar com computadores conectados á internet, games, viagens, eletroeletrônicos, bolsa de estudo por um ano, etc.

São pequenas ações que poderão dar resultados, mas para isso é necessário que a Secretaria de Educação do Município queira e exija de cada escola que elabore um plano de valorização que deixe claro os critérios de avaliação e as metas a serem atingidas pelos professores, pais e alunos. Especialmente, ter o cuidado de premiar, realmente, os melhores e comprometidos com a melhoria da qualidade do ensino de sua escola. Caso isso não seja cumprido será um desastre e depois qualquer iniciativa da escola será vista com desconfiança e se perdermos essa confiança não nos restará mais nada.

Tudo isso só será possível com uma direção de escola comprometida e capacitada para conduzir uma proposta de melhoria do ensino de sua escola e para isso a Secretaria de Educação teria que estabelecer e exigir o cumprimeento de metas para as direções de escola e porque não premiar as escolas e diretores com melhores resultados.